Com uma das salas de situação mais modernas do país, o Governo do Estado dispõe atualmente de informações sobre qualquer evento relacionado aos rios, clima ou tempo, podendo prever e evitar com antecedência situações de risco que comprometam o bem-estar da população acreana. Para esta época do ano, os estudos do Centro Integrado de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental do Acre (Cigma), coordenado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), apontam para a ocorrência de chuvas intensas durante os meses de fevereiro e março, contudo não significativas o suficiente para provocar uma cheia extraordinária, como a ocorrida em 2015.
A notícia foi dada durante a reunião da Comissão Estadual de Gestão de Riscos Ambientais (Cegdra), ocorrida na manhã desta quarta-feira, 8, na Sala de Situação da Sema e contou com a presença de representantes da Defesa Civil, Instituto de Meio Ambiente, Batalhão Ambiental da Polícia Militar, além de pesquisadores, meteorologistas e participação de hidrólogos através de videoconferência.
“Esperamos uma cheia no Rio Acre em toda a sua extensão, desde Assis Brasil até Boca do Acre, incluindo a capital Rio Branco. O acúmulo de chuvas deve acontecer entre os meses de fevereiro e março. A previsão é de que os rios fiquem acima da média, mas nada que provoque uma cheia extraordinária, algo entre 15 e 16 metros, o que, para nós, é uma cheia comum e, na pior das hipóteses, chegue aos 17 metros, não mais do que isso. Além do rio Acre, os demais rios também podem apresentar uma cheia, mas os estudos indicam algo rápido, precisamos ficar monitorando a situação constantemente”, explicou o meteorologista do Sistema de Proteção da Amazônia, Luiz Alves.
O monitoramento ambiental das condições que atingem o estado de acordo com a época do ano é feito diariamente pelo Centro Integrado. A unidade conta com o apoio da Agência Nacional de Águas (ANA), o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam). As ferramentas e plataformas de última geração utilizados na unidade disponibilizam informações que subsidiam as autoridades na tomada de decisões, evitando assim situações de risco ou desastres que comprometam a segurança da população.
“Diariamente nós elaboramos boletins climáticos e relatórios hidrometeorológicos contendo toda a situação dos rios e, quando identificamos situações atípicas, nós disseminamos esse alerta para que o governo possa tomar providências junto à Defesa Civil, minimizando ou evitando problemas com antecedência. Nós temos aqui uma sala de situações considerada modelo para outros estados, uma das mais modernas do país. São ferramentas e plataformas úteis, criadas aqui mesmo, que nos municiam de informações e isso ajuda na elaboração de estratégias”, destacou Vera Reis, diretora executiva da Secretaria Estadual de Meio Ambiente.
Para prevenção em caso de cheia, o estado vem se preparando desde o ano passado, colocando em prática o Plano de Contingência, orientando os órgãos e instituições sobre as responsabilidades neste período, construindo abrigos e retirando ribeirinhos de áreas de risco. “Nós começamos os trabalhos de prevenção diante de uma possível cheia ainda no ano passado e, neste momento em que alguns rios já alcançaram a cota de transbordamento, estamos atentos para prestar toda e qualquer assistência às famílias. Já fizemos a retirada de ribeirinhos dos rios o que nos dá uma folga maior e, caso necessite, estaremos prontos para abrigar famílias e oferecer ajuda até que possam retornar às suas residências”, finalizou o coordenador da Defesa Civil do Acre, Carlos Batista.