Na última década, vários planos para desenvolver a economia florestal foram implantados e experimentados nas Reservas Extrativistas (Resex) e Florestas Públicas do Acre, mas foram nos últimos três anos que esses projetos conseguiram se firmar, ganhando volume e escala.
Planos de Manejo Comunitários, implantação da piscicultura e da fruticultura, fortalecimento da cadeia da borracha, da castanha e de outros produtos florestais são uma realidade nas quatro Resex e nas Florestas Públicas do Acre. A partir deste ano, serão mais R$ 28 milhões investidos nessas áreas, beneficiando diretamente quase três mil famílias de extrativistas.
O fortalecimento dessas culturas e a implantação de Planos de Manejo trouxeram infraestrutura, cidadania e lazer para as áreas de preservação, como recuperação e abertura de ramais, pontos de comercialização de produtos da agricultura familiar, Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR) e até atividades esportivas e culturais.
Acre é referência para o Brasil em Planos de Manejo Comunitário
O Acre foi o primeiro estado brasileiro a conseguir o selo verde para um plano de manejo comunitário, ainda em 2002. Em 2013, o estado conseguiu obter um novo tipo de selo dado pelo FSC (Conselho de Manejo Florestal), o FSC 100% Comunitário, para quatro comunidades extrativistas ligadas à Cooperativa de Produtores Florestais Comunitários (Cooperfloresta). O selo garante exclusividade e identifica para o consumidor produtos de florestas bem manejadas por pequenos produtores ou comunidades.
Além disso, recentemente foi iniciada a exploração do primeiro Plano de Manejo Comunitário dentro de uma Reserva Extrativista. A Resex Chico Mendes foi a primeira do Brasil a ter um Plano de Manejo autorizado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), depois de dez anos de luta. A exploração ocorre somente agora e beneficiará diretamente 62 famílias e indiretamente mais de 300, com infraestrutura de ramais.
“É inédito o que está acontecendo hoje nas Reservas Extrativistas do Acre. Vamos explorar madeira de forma sustentável, sem agredir o meio ambiente, e distribuir renda para os moradores da floresta”, disse Dionísio Aquino, presidente da Cooperfloresta.
Atualmente mais de 600 famílias de extrativistas que vivem em Reservas, Florestas Públicas e Projetos de Assentamentos Florestais (PAFs) no Acre estão sendo beneficiadas com Planos de Manejo Comunitário, e até o fim de 2014 mais 400 famílias serão contempladas. No total, o governo do Estado investe nesta área mais de R$ 11 milhões, que resultarão na exploração de cerca de 250 mil metros cúbicos de madeira manejada.