Após sete anos unidas produzindo e vendendo bombons, castanhas cristalizadas, cocadas e biscoitos, as mulheres da Cooperativa Delícias e Arte da Floresta se preparam para um novo passo: abrir uma lanchonete. O amadurecimento é resultado de uma série de ações da Secretaria de Pequenos Negócios (SEPN), que tem seu apoio representado em equipamentos e assessoria técnica.
O grupo recebeu capacitação de auxiliar de cozinha e cooperativismo. Então, os primeiros eletrodomésticos para que a produção tivesse infraestrutura para vendas, como geladeira, freezer, fogão e armário, foram doados pela SEPN. Concomitantemente, foram inseridas nas feiras de economia solidária, que deu acesso à oportunidade de comercialização. Inclusive, a cooperativa já prepara produção para a feira de Páscoa.
Outro destaque no histórico coletivo foi se tornarem permissionários de um quiosque no Parque Chico Mendes, cedido pela prefeitura de Rio Branco – local onde o trabalho é desenvolvido de domingo a domingo, em rodízio, pelas cooperadas. “Abrimos todos os dias sete horas, e o que mais vendemos são salgados, sucos, refrigerantes, sorvetes, charutos e panquecas”, afirma Marlúcia Moreira, sobre a demanda de consumo dos visitantes.
Recomeço
A cooperativa ainda recebeu um triciclo, na última semana de janeiro, quando houve a primeira entrega de equipamentos realizada pela SEPN nesta gestão. Uma motocicleta com compartimento de garupa, que atende a necessidade logística da empresa: “Era muito difícil ter que fazer várias viagens para levar nossas compras. A gente fazia nosso melhor, mas é uma batalha grande”, diz Marlúcia.
Alunos do Instituto Federal do Acre (Ifac) e bolsistas do projeto Gestão de Empreendimentos da incubadora de empresas, desenvolvido com recurso do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), também acompanham a cooperativa. “Elas são bem organizadas, têm entradas e saídas iguais”, explica Juliana Fonseca, bolsista.
Lucycleide Sousa, 37 anos e dois filhos, sempre se dedicou, integralmente, à missão de dona de casa. “Este é o meu primeiro trabalho”, enfatiza, sobre a mudança em sua vida. O que se repete na história das cooperadas é a reinserção no mercado de trabalho, como para Elisabete Silva, que tem 63 anos de idade. Seu último emprego foi de zeladora, depois passou muitos anos desempregada e agora teve a oportunidade de voltar à ativa.
Com o trabalho em rodízio e ponto alugado na estrada do Calafate, os sonhos das cooperadas vão se concretizando. “Nos dias de folga do quiosque, vamos trabalhar na lanchonete, aí a gente vai poder dobrar nossa renda e continuar trabalhando com o que gosta”, ressalta Marlúcia.