Governo amplia valor pago pela borracha aos extrativistas

Natex chega a sua capacidade máxima de produção

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Após quase três anos de operação, a Fábrica de Preservativos Masculinos (Natex) chegou a sua capacidade máxima de produção (Foto:Angela Peres/Secom)

O projeto de associar o uso sustentável da floresta amazônica às tecnologias de ponta para produção de preservativos está cada vez mais consolidado. Após quase três anos de operação, a Fábrica de Preservativos Masculinos (Nátex) chegou a sua capacidade máxima de produção. São 160 colaboradores diretos trabalhando nos três turnos, de domingo a domingo.

Hoje a produção de preservativos é de 100 milhões/ano, material que é adquirido pelo Ministério da Saúde e distribuído gratuitamente através do Programa de Prevenção de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST’s). A Natex é a primeira fábrica a produzir camisinha com o uso de látex nativo, e nasceu da necessidade de fomentar a atividade de extrativistas locais, de forma com que eles não migrassem para outras alternativas devido ao baixo valor pago pela borracha.

O valor mercado da borracha gira em torno de R$ 3,50 o quilo. No Acre até o mês de julho desde ano era de R$ 5, chegando a R$ 7,80. O governo do Estado paga um subsídio aos extrativistas para que a atividade seja mais rentável. É o que se chama de pagamento por serviços ambientais. Os produtores rurais mantêm a floresta em pé, preservando o meio ambiente, e ainda assim melhoram sua renda. Este processo deve ser pautado em três pilares: o de ser economicamente viável, ambientalmente correto e inclusivo socialmente.

O extrativista Francisco Teixeira voltou a cortar seringa a partir do projeto de implantação da Natex. Com três estradas de seringueiras ele extrai 12 litros por dia durante o período de safra, entre março e agosto. Ele conta que a fábrica trouxe vários benefícios para os extrativistas. Dentre eles a retomada do processo de valorização dos produtores e das seringueiras como alternativa de renda. “Além disso, tenho a oportunidade de ver minha filha formada em técnica agroflorestal e trabalhar na fábrica. Este negócio melhorou nossa vida. O preço está melhorando, mas ainda pode ficar melhor”.

Teixeira destaca ainda que trabalha com roçados de mandioca e arroz e com manejo florestal. “Com o preço mais viável pago pela borracha e as outras coisas que faço já consegui construir uma casa nova e comprar uma moto. As mudanças são benéficas e vieram em boa hora”.

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Hoje a produção de preservativos é de 100 milhões/ano, material que é adquirido pelo Ministério da Saúde e distribuído gratuitamente (Foto:Angela Peres/Secom)

Já o produtor rural Francisco de Souza comemora o aumento. “Tirando quatro baldes de leite por semana, consigo uma renda de em média R$ 400. O homem do campo tem recebido incentivos para não ir pra cidade. São subsídios, melhoramento de ramais, energia”, comemora o extrativista.

Estes dois extrativistas fazem parte do grupo de 700 famílias que receberam treinamento e kits para integrar a rede de fornecedores de látex à fábrica de preservativos. Foram realizados cursos de capacitação focados na melhoria da qualidade do látex a fim de atender as exigências de produção.
 

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O extrativista Francisco Teixeira voltou a cortar seringa a partir do projeto de implantação da Natex (Foto:Angela Peres/Secom)

Excelência de produção e qualificação da mão-de-obra local

O alto padrão de qualidade dos preservativos produzidos pela Natex é atestado pelas constantes vistorias realizadas na fábrica. Em agosto de 2011 recebeu a recertificação do selo ISO 9001. A Natex já possuía essa certificação, adquirida em 2008, mas a cada três anos o selo precisa ser revalidado.

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Seu Teixeira conta que a fábrica trouxe vários benefícios para os extrativistas. Dentre eles a retomada do processo de valorização dos produtores e das seringueiras como alternativa de renda (Foto:Angela Peres/Secom)

O empreendimento possui um sistema de qualidade que monitora todo o processo produtivo, desde a centrifugação e armazenamento do látex, até cada etapa da produção de preservativos. São seguidos procedimentos que garantem ao produto final total segurança aos usuários.

Um dos propósitos da implantação da fábrica era o desenvolvimento de competências, a qualificação da mão-de-obra local. “Investimos fortemente na qualificação das pessoas de Xapuri. Hoje temos líderes dos processos de produção, gerentes. Pessoas que estão na linha de frente que são do município”, enfatiza a gerente-geral da Natex, Dirlei Bersch.

Ações de saúde

Um dos grandes parceiros da Natex é o Ministério da Saúde. Um dos convênios firmados prevê que sejam realizadas palestras sobre as doenças sexualmente transmissíveis e também pesquisas sobre novos produtos.

São realizadas oficinas de qualificação de equipes para desenvolver ações preventivas referentes às doenças sexualmente transmissíveis e hepatites virais, tendo como público alvo os extrativistas que fornecem matéria-prima à fábrica de preservativos. As ações de capacitação e prevenção são desenvolvidas no Ministério da Saúde, em conjunto com as secretarias municipais de Xapuri, Brasileia, Assis Brasil e Epitaciolândia e com a Secretaria de Estado de Saúde.

Melhores resultados

A partir do mês de outubro a fábrica implanta oficialmente o Programa 8S’s. A prática dos Sensos, um método de gestão Japonês, é altamente mobilizadora, organizadora e transformadora. Sua metodologia promove a mudança de comportamento de todos da organização. Os colaboradores passam a formar um grupo unido com visão de continuidade dos “negócios”.

O Programa 8S visa maximizar os resultados da organização com a participação e comprometimento dos seus colaboradores. E tem como premissas a determinação e união; treinamento; utilização; ordenação; limpeza; bem estar; autodisciplina e economia e combate aos desperdícios.

“Ações de economia e combate aos desperdícios de energia elétrica já são implantadas na Fábrica desde 2009 gerando economia no uso dos recursos e avaliamos que a cada dia podemos melhorar mais um pouco, disse uma das colaboradoras da Fábrica, Kelma Castro”.

 

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