Em viagem de inspeção à BR-364, governador conhece local onde há sinais de tradição ceramista
O governador Binho Marques conheceu nesta sexta-feira, 22, o sítio arqueológico localizado na confluência dos igarapés do Jabuti e do Boto, na região do Rio Liberdade, às margens da BR-364 sentido Rio Branco-Cruzeiro do Sul. Esse sítio foi descoberto pelo arqueólogo Elói Bora em junho de 1996, enquanto elaborava o estudo de impacto ambiental da rodovia, no trecho entre Rodrigues Alves e Tarauacá.
Os materiais arqueológicos encontrados foram fragmentos cerâmicos espalhados sobre sedimento arenoso e na água junto ao barranco. A análise preliminar do material encontrado demonstrou que a cerâmica foi produzida pela técnica de manufatura acordelada, que consiste, segundo especialistas, "na confecção de roletes que são sobrepostos uns aos outros e em seguida passados pelo processo de alisamento com a função de unificá-la, a fim de evitar quebras posteriores, de modo a formar os diversos tipos de vasilhames cerâmicos observados no registro arqueológico".
Nesse sítio foram encontrados mais de dez fragmentos cerâmicos que possuem as faces alisadas, com a espessura das paredes variando de cinco a dez centímetros. A fase ceramista indica que essas ocupações ocorreram há cerca de 3 mil anos.
Morador das proximidades do Boto, Nestor Batista disse que sua mulher, Francisca, encontrou vários pedaços de "vaso de caboclo", como são chamados os fragmentos cerâmicos indígenas pelos colonos.