Governador inaugura indústria de biscoitos de goma do Juruá

Produção ganhou mais qualidade e segurança, possibilitando a exportação, além da venda no comércio local (Foto: Gleilson/Miranda)
Produção ganhou mais qualidade e segurança, possibilitando a exportação, além da venda no comércio local (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

A produção de biscoitos de goma do Juruá, com padrão de qualidade, tem endereço certo a partir deste sábado, 10, depois de inaugurada a Indústria de Biscoitos de Goma Dona Didi, localizada na Vila Assis Brasil, em Cruzeiro do Sul, construída pelo governo do Estado. O empreendimento foi entregue pelo governador Tião Viana às mulheres da Cooperativa das Produtoras de Biscoito de Goma de Cruzeiro do Sul (Cooperbiscoitos).

“É um investimento de R$ 2,4 milhões, com geração de 60 empregos diretos para as mulheres e uma conquista da comunidade. Foi na capacidade do governo de ter humildade, de ouvir as pessoas. As mulheres da Vila Assis Brasil disseram: ‘Nós somos capazes. Nos dê oportunidade’. E foi feito esse pacto entre o governo e essas mulheres”, disse Tião Viana.

O governador disse que o resultado do empenho e dedicação das mulheres da cooperativa é que os maiores empresários do ramo de supermercados do Estado estão participando da inauguração do empreendimento dispostos a adquirir a produção e oferecer no comércio local.

A obra ficou sob a responsabilidade da Secretaria de Desenvolvimento Florestal, da Indústria, do Comércio e dos Serviços Sustentáveis (Sedens), gerida pelo secretário Edvaldo Magalhães.

“Essas mulheres são capazes e têm uma grande sabedoria. Nós vamos estar abraçados com essa cooperativa. A fábrica vai começar produzindo dez toneladas de biscoitos por mês, mas se quiser processar cinquenta toneladas por mês, tem capacidade”, destaca Magalhães.

Edvaldo Magalhães revelou ainda que, às vésperas da inauguração, a Vigilância Sanitária esteve no local para fazer uma inspeção para liberação das atividades. “A Vigilância disse que não existe no Acre uma indústria de alimentos com o padrão da nossa Cooperbiscoitos.”

Tradição aliada à tecnologia

O empreendimento recebeu o nome da primeira biscoiteira da região, Dona Didi, ou Vó Didi, que faleceu há pouco mais de três meses, mas ajudou a construir o sonho de ver a tradição dos biscoitos de goma caseiros se transformar numa empresa com grande potencial.

Empreendimento beneficiará a associação de biscoiteiras da região (Foto: Gleilson Miranda/Secom)
Empreendimento beneficiará a associação de biscoiteiras da região (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

A Indústria de Biscoito de Goma Vó Didi tem uma parceria público-privado-comunitária e beneficiará cerca de 200 famílias que trabalham na cadeia produtiva de mandioca e seus derivados, como a goma, ingrediente principal dos biscoitos, que ganham variados sabores por meio do trabalho das biscoiteiras. Com capacidade de processar 50 toneladas de goma por ano, que resultará em 25 mil quilos de biscoitos, a indústria está instalada numa área de com 1.200 metros quadrados.

Do Juruá para o mundo

 “Pedimos um bolo, mas ganhamos foi a feita toda”, disse a biscoiteira Michele Araújo, ao se referir ao dia que pediram uma fábrica ao governador (Foto: Gleilson Miranda/Secom)
“Pedimos um bolo, mas ganhamos foi a festa toda”, disse a biscoiteira Michele Araújo, ao se referir ao dia que pediram uma fábrica ao governador (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

Não há desafio que amedronte as mulheres que ousaram acreditar no potencial dos biscoitos de goma, é o que garante a biscoiteira Michele Araújo, tesoureira da Cooperbiscoitos. Ela, assim como as demais biscoiteiras, tira da produção a renda extra para sustentar a família. Michele lembra o dia que abordaram o governador Tião Viana, após a entrega de ruas na Vila Pentecostes.

“Nós pedimos uma fábrica simples, igual à que tínhamos no fundo do nosso quintal. Pedimos um bolo e o governador Tião Viana nos deu a festa toda. Essa indústria é muito mais do que sonhamos. Hoje somos a maior cooperativa de biscoitos do Juruá, amanhã seremos a maior cooperativa do Acre e, quem sabe, do mundo”, projetou a biscoiteira.

Maria Auxiliadora Carvalho, biscoiteira há 18 anos, conta que foi fazendo biscoitos que ajudou no sustento da casa, dos filhos. A indústria representa o que ela classifica como uma “mudança total”.

“A gente fazia cada uma um pouco, nas nossas casas, de maneira simples, humilde. Hoje nós temos uma fábrica com tudo limpo, com qualidade. Isso é mais emprego, é a nossa oportunidade de exportar. Sabemos que aqui teremos um produto de qualidade”, completa Maria Auxiliadora.

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