Governador dá as boas-vindas a pesquisadores e empresários em seminário nacional sobre bambu

Estado possui a maior reserva nativa do mundo. Com ZPE e localização estratégica do Estado, produto tem grande potencial econômico

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Governador Binho Marques deu as boas-vindas aos pesquisadores e comerciantes no seminário, realizado pela primeira vez no Acre (Fotos: Gleilson Miranda/Secom)

As reservas de bambu nativo do Acre, as maiores do mundo, somam mais de 600 mil hectares e se constituem numa extraordinária possibilidade econômica sustentável ainda não explorada. Para ampliar o conhecimento da planta e suas formas de aproveitamento, Rio Branco é sede do seminário nacional da Rede Brasileira do Bambu, visitado nesta quinta-feira, 26, pelo governador Binho Marques.

O evento está sendo realizado no centro de convenções do Sebrae, na Avenida Ceará, reunindo especialistas, empresários e interessados no assunto. Eles debatem principalmente a Lei Nacional de Incentivo à Cultura do Bambu. O governador foi recebido pelo coordenador da Rede Bambu e coordenador do Centro de Pesquisa e Aplicação do Bambu e Fibras Naturais da Universidade de Brasília (UnB), Jaime Gonçalves de Almeida.

"Para nós é muita honra realizar aqui esse encontro", disse o governador aos seminaristas. Binho sugeriu que em Xapuri, que se afirma como cidade do conhecimento, fossem realizados cursos sobre o bambu, e que, com o advento da Zona de Processamento de Exportação do Acre, o produto possa ser processado e agregar valor na região. Nada menos que 38% da área de mata nativa do Estado é de florestas de bambu. Parceria do Sebrae e a Universidade Federal do Acre (Ufac) já identificou cinco espécies prevalecentes de bambu na região leste do Estado, onde a gramínea forma grandes florestas.

Para que se amplie a utilização do bambu, os pesquisadores querem incluir as reservas no Plano Nacional de Florestas, pelo qual o Acre servirá de projeto-piloto na exploração da gramínea. Já foram identificadas cinco espécies predominantes no Acre – duas de grande possibilidade comercial. Os estoques de bambu existente no país representam uma poupança involuntária e uma grande oportunidade pelas possibilidades visualizadas em múltiplos aproveitamentos para a geração de postos de trabalho e renda via trabalho produtivo, podendo contribuir decisivamente no esforço que se realiza para a inclusão e o resgate da imensa dívida social brasileira para com uma parcela significativa de sua população à necessidade de preservação ambiental, inclusão social e crescimento econômico.

O Bambu existe em todas as regiões e estados brasileiros. O Brasil possui uma das maiores diversidades de espécies entre todos os países do mundo, assim como detêm a maior área homogênea de floresta com espécies lenhosas desta gramínea. Existem no mundo cerca de 1,3 mil  espécies de bambu sendo a maioria delas espécies tropicais que se adaptam muito bem as nossas condições.

As utilidades, como já se mencionou, são muitas e variadas: de álcool, remédio, construção civil, e muito mais. Como alimento, brotos de bambu são muito apreciados no Japão pela sua textura e sabor delicados.  Os brotos são fontes de carboidratos e vitamina B que atuam na melhora da circulação sanguínea e conexões nervosas. "No Acre temos a maior reserva de bambu nativo, patrimônio genético incalculável, mas com desafios enormes de logística, pesquisa, atração de pesquisadores, fortalecimento de grupos locais, proteção  do conhecimento, desenvolvimento sócio-econômico dos municípios, fontes de financiamento, fomento à pesquisa científica, mecanismos de incentivo, maior interação entre a pesquisa e o setor empresarial", disse o presidente da Fundação de Tecnologia do Acre (Funtac) César Dotto durante a abertura do seminário, na noite da quarta-feira, 25. No dia 28, haverá uma visita ao tabocal do Acre.

A programação do seminário, que vai até o próximo dia 28, contempla também mostra de cartazes sobre trabalhos acadêmicos, e exposição de tecnologia e produtos de bambu. Ao fim do evento, serão publicados documentos selecionados pelo Comitê Científico. Apoiam o evento a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária do Acre (Embrapa), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do estado (Sebrae) e a Funtac.

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