O maior programa de conservação de florestas tropicais do planeta, o Arpa (Programa de Áreas Protegidas da Amazônia) celebrou 15 anos de implementação. Durante a cerimônia de comemoração, que reuniu diversas instituições parceiras na noite da sexta-feira, 1, no Museu do Amanhã, Rio de Janeiro, cinco Unidades de Conservação (UC) foram premiadas por sua eficiência gestora, entre elas destaca-se o Parque Estadual Chandless, no Acre.
Localizado entre Sena Madureira, Manoel Urbano e Santa Rosa do Purus, representando cerca de 4% do território acreano, o Chandless é o segundo maior parque da Região Norte do país e detém uma das áreas mais ricas em biodiversidade, um patrimônio genético com a presença de espécies endêmicas e ameaçadas de extinção.
A UC é gerida pelo governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema). Jesus Rodrigues, gestor do Chandless, explica que “fomos selecionados como uma das unidades que mais contribuem com o Arpa, em termos de gestão eficiente dos recursos. Isso demonstra que estamos no caminho certo, pois temos apresentado bons resultados”, afirmou.
Durante a noite de celebrações, estados e organizações também foram homenageados, o Acre foi reconhecido por sua contribuição e execução de uma política de desenvolvimento sustentável, que tem como base a valorização do ativo ambiental, justiça social e uma socioeconomia crescente.
Instituições como WWF, KfW, Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ministério do Meio Ambiente (MMA), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) foram prestigiadas por sua contribuição em defesa da vida e preservação do planeta.
Edegard de Deus, secretário de Estado de Meio Ambiente, observa: “A premiação significa que estamos cuidando bem das nossas florestas e, nesse caso específico, da conservação da biodiversidade para a manutenção do clima e futuras gerações”, frisou.
Sobre o Arpa
O Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa) foi lançado em 2002 para ser executado em três fases independentes e contínuas. Trata-se de uma ação do governo federal, coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e gerenciado financeiramente pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), com o objetivo de proteger, no mínimo, 60 milhões de hectares da Amazônia brasileira.
Ao todo, 117 UCs são geridas com o apoio do Arpa, que oferece suporte na implantação de plano de manejo, formação de conselho, equipe técnica, além de incentivos à pesquisa, monitoramento, equipamento e instalações.
O programa já atingiu quase 100% de sua meta. Já são 59,2 milhões de hectares de áreas consolidadas. Isso representa 51% (em área) das unidades de conservação da Amazônia. Se forem consideradas apenas as áreas das unidades em categoria de manejo elegíveis pelo programa (Parque, Estação Ecológica, Reserva Extrativista, Reserva Biológica e Reserva de Desenvolvimento Sustentável), o número chega 87% de áreas protegidas beneficiadas.
No Chandless, o Arpa já investiu mais de R$ 3 milhões, contribuindo com a consolidação do parque.
“O programa cresceu, superou as metas iniciais e atraiu novos doadores que agora também fazem parte desta história. O Arpa é definitivamente um programa de superlativos, mudou o mapa da Amazônia brasileira e continua sendo fundamental na redução do desmatamento. Juntos fizemos a diferença e juntos faremos ainda mais”, salientou Rosa Lemos de Sá, secretária-geral do Funbio.