Gessé da Silva Araújo Pessoa, 27 anos, ou simplesmente Gessé. Ele ficou famoso em todo o país por ter marcado o gol mais bonito do ano até aqui. O gol que nem o rei Pelé conseguiu fazer na Copa do Mundo de 1970.
O lance de rara precisão aconteceu no dia 20 de abril, na partida entre Atlético e Andirá, pelo Campeonato Acreano. Gessé pegou um chute de primeira, antes do meio campo, e o gol antológico mudaria de vez a história de um atleta até então desconhecido para o cenário nacional.
O feito de Gessé rapidamente despertou a atenção da mídia nacional, que ao repercutir o lance, passou a colocar o gol como candidato ao Prêmio Puskás, da FIFA, concedido ao autor do gol mais bonito do ano.
Rapidamente personalidades influentes do mundo do futebol, como Carlos Alberto (capitão do tri), Pelé e Ronaldo Fenômeno passaram a fazer campanha pela escolha do gol do atacante acreano como o mais bonito da temporada.
Fama meteórica
Rapidamente Gessé saiu do anonimato direto para a fama. “Passei a ser reconhecido na rua, no meu bairro, a distribuir autógrafos, fazer fotos e dar entrevistas. É como um sonho”, relata o jogador do Atlético.
“Para crescer profissionalmente é preciso sair daqui e jogar nos grandes centros do país”
Gessé, o atacante que sonha ser contratado por um grande clube de futebol
Gessé foi convidado pela diretoria do Tanabi, clube da quarta divisão do Campeonato Paulista, para participar de um amistoso que marca o retorno do atacante paraguaio Salvador Cabañas ao futebol.
A partida ocorre no próximo dia 18 de maio, às 16h, no Estádio Alberto Victolo, contra o Grêmio Barueri. “Consegui a liberação do presidente do Atlético para viajar e será uma grande chance de mostrar meu futebol”, comentou.
Rotina de treinos e frentista
Gessé é contratado pelo Atlético para disputar o Campeonato Acreano, que dura três meses. Recebe R$ 1.500 mensais durante esse período. Treina num ritmo forte todas as tardes, no campo da Federação de Futebol do Acre, para atender as cobranças do técnico Zé Marco. Apesar do sucesso, ele continua como opção no banco de reservas. “Vou seguir treinando e aguardando a minha oportunidade”, disse.
À noite, sai de cena o atleta profissional e entra o frentista Gessé. Ele trabalha num posto de combustível na zona central da capital acreana. “Saio do treino, de motocicleta, direto para o posto”, conta. Com o trabalho ele recebe cerca de R$ 1.300 por mês. Renda que ajuda no sustento da esposa Josane e da filha Letícia, de 3 anos.
Os colegas de trabalho afirmam que o movimento no posto até aumentou depois da repercussão do gol marcado por Gessé. “É verdade, muita gente vem aqui para pedir um autógrafo e tirar fotos com ele. Mas, o importante é que a fama não subiu a cabeça dele”, disse Cleudo Paiva.