Fundhacre comemora o Dia Internacional do Idoso

Conheça os desafios de uma população que envelhece no Brasil

Segundo a Biblioteca Virtual em Saúde, gerenciada pelo Ministério da Saúde, no Brasil, os idosos representam  29,3 milhões de pessoas. Em 2030, essa estatística poderá superar o contingente de crianças e adolescentes de 0 a 14 anos. Sabe-se que o envelhecimento da população tem impactos importantes na saúde. Segundo relatório de 2015 da Organização das Nações Unidas (ONU), entre 2015 e 2030 o número de pessoas com mais de 60 anos deve crescer de 901 milhões para 1,4 bilhões.

A ONU em 1991 aprovou uma resolução que relata alguns princípios para o Idoso, entre eles, independência, participação, assistência, autorrealização e dignidade Foto: Cedida

A ONU em 1991 aprovou uma resolução que relata alguns princípios para o Idoso, entre eles, independência, participação, assistência, autorrealização e dignidade. Será que o Brasil está preparado para os desafios de uma nação que envelhece?

O Ministério da Cidadania, em parceria com a Secretaria Especial do Desenvolvimento Social, impulsionou o projeto Brasil Amigo da Pessoa Idosa, estratégia que visa acolher, proteger e melhorar a qualidade de vida desses cidadãos, sendo que está presente em 406 municípios de todo o país, tem sido crucial no enfretamento à violência e proporcionado o protagonismo do idoso.

Nessa perspectiva, a organização da rede de atenção à saúde do idoso e a sociedade devem saber a importância do cuidado, afeto, assistência médica e lazer da “melhor idade”, assim, indivíduos, jovens principalmente, devem entender que passar pelo processo de envelhecimento é um percurso natural da vida e que o idoso precisa ter condições de atravessar esse momento de maneira aprazível.

Na pandemia, todos os seres humanos sentiram como é difícil o isolamento social. Entre os mais afetados, estão os idosos, seja em relação ao número de mortos, seja referente ao isolamento social. Apesar disso, a inclusão digital foi uma ferramenta ímpar para o bem-estar de muitos avós e tios que sofriam pela ausência de familiares, principalmente os netos.

Entre as desventuras que a pessoa idosa pode vivenciar, está o Alzheimer, uma doença que afeta os neurônios, principais células do sistema nervoso, é progressiva e agrava-se ao longo do tempo. Ela é responsável pelas principais causas de mortes no mundo. A Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz) alerta que a cada 3 segundos há um novo caso de demência no mundo, sendo o Alzheimer notificado em 60% dos casos. Ainda que no processo do envelhecimento haja alterações cognitivas, em relação à organização de ideias e preservação de memórias e informações, no Alzheimer elas aparecem de maneira mais severa e incapacitante.

No ranking da Organização Pan-Americana de Saúde, a enfermidade ocupa o 5º lugar. Segundo o Ministério da Saúde, o diagnóstico do Alzheimer é por exclusão e por meio de um neurologista especializado. Neste contexto, o tratamento adequado e o diagnóstico precoce são fundamentais para a estabilização ou o retardo da progressão da doença.

Acolhimento institucional

Equipe da Fundhacre comemora o Dia Internacional do Idoso Foto: Cedida.

Suelen de Oliveira Cavalcante é enfermeira da Fundhacre e atualmente responsável pelo gerenciamento do Hospital do Idoso, há 14 anos trabalha na Fundhacre. A enfermeira comemora o Dia Internacional do Idoso, e agradece todo o apoio da equipe multiprofissional que atua na instituição. Além disso, Suelen celebra a parceira da banda de música militar que proporcionou alegria e entretenimento aos idosos e toda equipe multidisciplinar.

A música é uma forte aliada no combate ao stress. O bem estar físico perpassa por recriações sociais, que no contexto da pandemia foi retirada, já que era e ainda é imprescindível manter os idosos em segurança, em contrapartida, o isolamento aumentou problemas de ordem mental e emocional. Atualmente, Rio Branco vive “uma fase mais confortável”, isto é, menor incidência de casos por Covid-19, e isso colaborou para homenagear este dia que salienta o respeito e o cuidado para com os idosos.

Na Fundação Hospitalar do Acre funciona o hospital do idoso que é a instituição especializada responsável pelo acompanhamento dos idosos e familiares Foto: Cedida.

Na Fundação Hospitalar do Acre funciona o hospital do idoso que é a instituição especializada responsável pelo acompanhamento dos idosos e familiares, assim, há um trabalho conjunto a fim de promover o bem estar do idoso. Nesse contexto, a psicóloga Ana Flávia Aragão realiza os atendimentos por meio da escuta terapêutica e ressalta que “o paciente fala das emoções, sentimentos e angustias nesta fase da vida, que às vezes são acompanhadas da depressão, alzheimer e o  AVC”, nesse sentido,  o paciente tem muitas limitações físicas que agravam a situação emocional do idoso e interfere  no modo como ele se vê na vida.

Foto Danna
Pré consulta realizada pela técnica de enfermagem Francisca Freitas, servidora há 27 anos na Fundhacre

Ana Flávia Vilela Aragão é psicóloga e Doutoranda em Psicologia pela Universidade de Ciencias Empresariales Y Sociales em Buenos Aires, ela atua nas equipes multiprofissionais da Fundação Hospital do Acre, principalmente, nos programas de terapia intensiva, obesidade e o hospital do idoso, o atendimento psicológico e ambulatorial é baseado na abordagem terapia cognitivo comportamental, na modalidade psicoterapia breve com os pacientes e familiares.

A doutoranda salienta ainda que: “No hospital do Idoso há uma equipe multidisciplinar composta por médicos, geriatras, residentes, psicólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, nutricionistas, fonoaudiólogos, assistentes sociais, técnicos em enfermagem. Essa equipe atende e acompanha o idoso, que geralmente chega a instituição encaminhado por uma rede básica de saúde ou a própria solicitação do idoso ou familiar”.

Em 30 de setembro, Antônia Felix da Costa relatou: “faz 7 anos que minha mãe  Aurea da Costa Porto  foi diagnosticada com Alzheimer, ela tem 88 anos e antes disso já apresentava sintomas, mas a gente não relacionava com Alzheimer”, logo após a avaliação médica, Antônia contou que começou a dispor da atenção básica da mãe referente ao alzheimer.

Antônia falou ainda: “a situação é difícil, pois a mãe passa de três dias sem dormir e frequentemente tem crises de irritabilidade”, a filha de dona Aurea recebia ajuda do marido, mas ele morreu devido a infecção por Covid-19 e desde ai ela recebe o auxilio do filho e da sobrinha que acompanham a idosa, apesar de ser 15 irmãos, Antônia tem toda responsabilidade com a mãe e diz que “ a gente sofre porque o  alzheimer muda o humor, você deve tá atenta mesmo, uma hora ela pergunta pela mãe que já morreu há anos, e ai você tem que saber lhe dá com isso, é uma situação complicada, você tem que ter amor mesmo pra cuidar da pessoa com alzheimer”.

 

 

 

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