O governador Tião Viana reuniu-se com os secretários Nilson Mourão, de Justiça e Direitos Humanos; Antônio Torres de Desenvolvimento Social e Márcio Veríssimo , de Planejamento, para anunciar uma força tarefa entre governo do Estado e governo federal. A ação vai permitir maior facilidade para a saída dos imigrantes, em maioria haitianos e senegaleses, que estão atualmente no abrigo de Brasileia.
“Este é um encaminhamento para ação imediata que visa reduzir o número de imigrantes que estão no Acre. Sabemos que o destino final dessas pessoas não é o estado. Eles querem ir para outras cidades do centro-sul do país e é por isso que essa força tarefa foi necessária”, explicou o secretário Nilson Mourão.
Antônio Torres declarou que esta foi a modalidade mais recente escolhida pelos governos estadual e federal para reduzir o número de haitianos em Brasileia e, assim, reduzir gastos com a manutenção do abrigo que hoje tem 1.300 imigrantes em acolhimento. “Visa também evitar eventuais transtornos naquela cidade que é pequena e não oferece condições para acolher tantas pessoas”, complementou.
Visita aos abrigados
No último sábado, 25, Tião Viana fez uma visita ao abrigo acompanhado pelo vice-presidente do Senado, Jorge Viana; a deputada federal Perpétua Almeida e os secretários de Estado, Reni Graebner, de Segurança Pública e Antônio Torres, do Desenvolvimento Social.
O governador disse que o Acre participa da ajuda humanitária, mas que clama por uma resposta mais ágil de órgãos federais para solucionar a situação.
“O Ministério da Ação Social tem agido muito bem com o Acre, a presidenta Dilma também bem. Mas, o Itamaraty, sobretudo, o Ministério da Justiça e outros ministérios envolvidos, como o Ministério do Trabalho, têm que ter uma ação mais objetiva, mais direta para dar solução para esse impasse de represamento humano que estamos tendo aqui em Brasileia”, afirmou.
Tião garantiu que seguirá fazendo apelos em Brasília para que, ainda nas próximas semanas, os ministérios envolvidos deem uma resposta à situação registrada no município acreano. “São três anos de um sofrimento compartilhado e injustificável”, observou Tião Viana.
Bancada federal vai reforçar pedidos
A deputada federal Perpétua Almeida classificou como “situação vexatória e constrangedora”. Perpétua Almeida observa que se o governo federal decidiu receber os imigrantes, não poderá ser feito nas condições que está acontecendo.
“Se o governo federal decidiu acolher, precisar acolher com dignidade. O certo é fazer com que os imigrantes retirem sua documentação de maneira rápida, assim eles seguem para as grandes cidades, onde eles realmente querem ir atrás de emprego e dignidade”, declarou.
O senador Jorge Viana disse que o estado é um dos lugares do país que vive a situação mais grave hoje.
“Esse acampamento de refugiados é, para mim, o maior que temos hoje na América Latina. Precisamos adotar algumas medidas para resolver essa situação ou então, vamos pagar um preço de situações que são previsíveis. Em algum momento vai acontecer uma tragédia porque mais de 10% da população dessa cidade hoje são haitianos e de pessoas de outras nacionalidades que estão aqui de passagem e, isso é insustentável, para a população e para esses imigrantes que vêm em busca de uma salvação”, concluiu.
Jorge Viana frisou que este assunto já foi debatido no Senado, que comissões já vieram ao estado, mas lamenta que a solução definitiva não chegue.
“Vou abrir os trabalhos do Senado nesta semana fazendo essa denuncia novamente, até que os órgãos da própria ONU (Organizações das Nações Unidas) venham para cá e fiquem aqui até encontrarmos uma solução para esse problema que hoje, só conta com a ajuda do governo do Estado e apoio do governo federal”, finalizou.