Abertura foi nesta quinta-feira com o lançamento do livro e da peça Mistério do Fundo do Pote e Como Nasceu a Fome
A Companhia Teatro Ventoforte, uma das maiores do Brasil, está com uma temporada no Acre com o Festival Ventoforte. A abertura aconteceu nesta quinta-feira, na Usina de Arte João Donato, com o lançamento do livro O Mistério do Fundo do Pote, do diretor da companhia, Ilo Krugli.
"O grupo completa 35 anos e é em comemoração a isso que nós estamos com o festival. Ano passado estivemos no Acre com o Palco Giratório, então surgiu o convite, e felizmente isso foi amarrado de uma forma bonita, pois o festival é um grande repertório – em três semanas, seis espetáculos, uma oficina e uma exposição", explica Krugli.
Em seguida, o público lotou o teatro da Usina, para a estreia da peça Mistério do Fundo do Pote e Como Nasceu a Fome, uma adaptação que o próprio Ilo Krugli fez para o teatro, que estaá em cartaz até este sábado, 16.
Segundo o autor, o livro e o espetáculo foram escritos há 20 anos. "Foi uma fase experimental e é agora que estamos encenando para valer. Inclusive, para a peça vieram algumas modificações, pois o trabalho propõe isso. Então o final mudou um pouquinho, acrescentei um final."
O texto
Na narrativa de O Mistério do Fundo do Pote e Como Surgiu a Fome, um cego e um grupo de aprendizes contam a saga da pequena cidade de Três Saudades, onde havia a Casa das Farinhas, lugar em que pessoas iam buscar os alimentos de que precisavam.
"É uma parábola que mostra a relação entre as pessoas, relações de fraternidade. E tudo isso vai se modificando com as transformações da tecnologia e do tempo e a chegada do progresso. O fato de a história ser contada por cegos coloca outro enigma, que é como ver a coisa sem os olhos, de uma forma mais sensitiva. No final, a Casa das Farinhas se destrói e acontece algo muito parecido com o que nós vivemos", conta o autor.
A Companhia
O grupo nasceu em 1974 com a peça infanto-juvenil História, Lenços e Ventos, considerado pela crítica águas divisórias do teatro brasileiro. Krugli conta que esse espetáculo sugere outro tipo de representação, "muito mais aberta e direta, mas ao mesmo tempo muito imaginária, misturando muitas linguagens, usando bonecos, muita música e dança".
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