FEM divulga o resultado do Prêmio Culturas Indígenas

A Fundação de Cultura Elias Mansour recebeu inscrições de 38 projetos que concorreram ao Prêmio Culturas Indígenas do Acre 2010/2011 (Val Fernandes)
A Fundação de Cultura Elias Mansour recebeu inscrições de 38 projetos que concorreram ao Prêmio Culturas Indígenas do Acre 2010/2011 (Val Fernandes)

A Fundação de Cultura Elias Mansour recebeu inscrições de 38 projetos que concorreram ao Prêmio Culturas Indígenas do Acre 2010/2011 (Val Fernandes)

A Fundação de Cultura Elias Mansour recebeu inscrições de 38 projetos que concorreram ao Prêmio Culturas Indígenas do Acre 2010/2011 – Edição Suero Sales Shane Ybu. Foram aprovados 21 deles – um a mais do que o regulamento previa -, 12 propostos por organizações e associações indígenas e outros nove que foram apresentados por pessoa física. Os recursos começaram a ser liberados para a realização das ações que contemplam projetos que envolvem diversas linguagens artístico-culturais. Alguns, como o do cineasta Nilson Sabóia, já estão sendo executados, e outros ainda entrarão nessa fase.

“Eu precisava de equipamentos melhores para realizar os vídeos porque, até então, eu havia tido muitas dificuldades. Fiz uma viagem por vários lugares para pegar imagens, inclusive sobrevoei a região dos índios isolados com a BBC Londres, só que a edição não foi possível. A qualidade das imagens não era boa. Consegui recursos com o prêmio para refazer o trajeto e registrar o que não deu certo da primeira vez e aproveitei também para pegar novas imagens”, disse Sabóia, realizador de um filme sobre os povos isolados do Estado.

No caso do documentarista Joaquim Yawanawa, há um valor sentimental ainda maior que está amarrado a luta pela preservação da memória do seu povo. “Se eu nunca tivesse feito o Yawa [documentário que hoje está traduzido em nove línguas], agora não teria acesso à imagem do meu pai que faleceu no ano passado.” Imagem que remete à sua adolescência, época em que Joaquim era acordado ainda de madrugada, por volta das três horas da manhã, para ouvir os ensinamentos do pajé da tribo.

“Eu fico muito feliz por isso. Pelo fato de os realizadores premiados executarem os projetos que ajudem na valorização da cultura dentro da comunidade. A resistência na base do conhecimento que passa dos mais velhos para os jovens. Cabe a gente usar o recurso da melhor forma possível”, comentou o assessor dos povos indígenas do Acre, Zezinho Yube.

Francisca Arara, que também teve seu projeto aprovado, concorda. “Esse dinheiro vem para ajudar a complementar os nossos trabalhos, fortalecer o que a gente já faz na comunidade. Como as nossas publicações de livros, por exemplo. Agora a gente nunca pode deixar o dinheiro do prêmio falar mais alto. Deixar de fazer o artesanato, deixar a nossa cultura de lado, diminuir o tempo de dedicação as nossas raízes. Isso tem que ser tratado com muito cuidado. Tenho colocado sempre essa questão na minha comunidade.”

Um dos membros da comissão julgadora dos projetos foi Keilah Diniz, representante do Ministério da Cultura. Ela diz que o papel que desempehou não foi apenas o de dar uma nota a cada proposta. “Esse processo de seleção dos projetos foi muito rico. Houve muita conversa, muita troca”. A responsável pelo setor de cultura da Assessoria do Povos Indígenas, Dedê Maia, também fala sobre o valor desse instrumento para os índios do Acre. “Na verdade o prêmio é uma folhinha dessa grande árvore que a gente tem que cultivar. Vejo isso com bons olhos porque sei que é um passo importante para que lá na frente a gente consiga, cada vez mais, estabelecer uma política para os índios com um olhar mais amplo.”

Francis Mary Alves de Lima, presidente da FEM, já sinalizou que pretende chegar mais perto dos artistas e fazedores de cultura, mas não só  deles. “Eu tenho certeza de uma coisa, do que eu quero fazer! Que é trabalhar com as comunidades, trabalhar a nossa cultura, a identidade amazônica, a indígena. Fazer uma gestão que seja inclusiva e participativa. Essas serão as diretrizes da minha gestão. Esse prêmio tem um valor importante para os indígenas, pois contribui com o fortalecimento das manifestações culturais. Mas, com certeza precisamos juntos, implementar uma política cultural que contemple de forma mais ampla esses povos indígenas dialogando com a tradição e a modernidade”, disse.

Edição 2011/2012

O regulamento do Prêmio Culturas Indígenas 2011/2012 já está  disponível no portal da FEM (www.cultura.ac.gov.br) na seção editais – Precult. O montante destinado ao edital é de R$ 250 mil, que será custeado por recursos do governo, transferidos do Funcultura, por meio da modalidade de apoio direto previsto no Precult.

As inscrições devem ser postadas nos Correios (Sedex ou carta registrada, com aviso de recebimento – AR), até o dia 28 de fevereiro, endereçadas à Fundação de Cultura e Comunicação Elias Mansour – Departamento de Fomento e Incentivo à Cultura, no endereço: Rua Senador Eduardo Assmar, 1.291 – 2º Distrito. CEP 69.901-160, Rio Branco – Acre.

Na regional do Juruá as propostas devem ser encaminhadas para a Biblioteca Pública Estadual ou Escritório de Representação da FEM em Cruzeiro do Sul. Quem mora nos municípios de Tarauacá e Sena Madureira, que representam as regionais do Tarauacá/Envira e do Purus, também podem usar as bibliotecas da rede estadual.

Abaixo você confere as listas com os projetos aprovados, nome dos proponentes, município de origem e a terra indígena contemplada.

Prêmio Culturas indígenas – Edital 2010-2011 – Prêmios Pessoa Física

Prêmio Culturas Indígenas – Edital 2010-2011 – Prêmio Pessoa Jurídica

Pêmio de Cultura indígena 2011 MPI

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