Presidente do Imac, Cleísa Cartaxo, diz que medida, reiterada pela Justiça, é para impedir o assoreamento do Rio Acre
Garantir a preservação de todo o ecossistema do Rio Acre. Esse é o objetivo da medida criada pelo Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac), que permite a retirada de areia do leito do rio somente seu nível atingir a cota de 5 metros. A restrição havia sido suspensa por uma liminar, mas nesta semana, a desembargadora Miracele Lopes Borges cassou a liminar e manteve a determinação do órgão estadual.
De acordo com o relatório da Defesa Civil Estadual, o nível do Rio Acre, em Rio Branco, atingiu nesta quarta-feira a cota de 6,98 metros. A previsão é de que o nível alcance 5 metros a partir da próxima semana, quando a partir de então será permitida legalmente a extração de areia do seu leito.
“Acontece que as dragas só têm capacidade para explorar até cinco metros, e se o rio estiver acima desta cota, o equipamento vai acabar retirando areia dos barrancos das praias, o que pode causar assoreamento e erosão”, explica a presidente do Imac, Cleísa Cartaxo.
Atualmente existem 18 dragas licenciadas para retirada de areia no Rio Acre, sendo que 12 delas estão localizadas no bairro do Amapá. De acordo com Cleísa, a medida que limita a retirada de areia de acordo com o nível do rio foi embasada em um estudo de mestrado da Ufac que mostrou os riscos da exploração desordenada.
“Nós tivemos inclusive uma reunião com os representantes das empresas mineradoras e falamos que se eles quiserem discutir a medida precisariam apresentar alguma contra proposta com embasamento técnico que nos prove que a exploração acima dos cinco metros do rio Acre não trará prejuízos ambientais. Mas até agora nada nos foi comunicado”, disse a presidente do instituto.