Exposição “Chico Mendes: O Homem da Floresta” abre neste sábado

Trabalho pretende mostrar o legado do sindicalista e ambientalista por meio de painéis e instalações que descrevem a vida do povo da floresta

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Elson Martins diz que idéia da exposição é mostrar não só o sindicalista e ambientalista, mas o homem Chico Mendes (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

"Basta que o governo leve a sério a proposta dos seringueiros de transformar a Amazônia economicamente viável não só para nós, mas para o país e para toda a humanidade". A proposta de Chico Mendes está no painel da exposição Chico Mendes: O Homem da Floresta a ser inaugurada neste sábado, 20, às 15 horas, na Biblioteca da Floresta Marina Silva. Vinte anos após a sua morte, suas intenções e objetivos repercutem. Três pisos do prédio são preparados para abrigar painéis, instalações e caracterização de lugares e do cotidiano comuns aos povos da floresta como seringueiros, índios e ribeirinhos.

Um dos organizadores da exposição, jornalista Elson Martins, explica que a idéia que prevalece nesta exposição é de mostrar não só o sindicalista e ambientalista, mas o homem Chico Mendes. "A exposição quer mostrar sua origem na floresta, como menino seringueiro, rapaz do interior, singelo, as relações familiares e com amigos muito forte que deu um perfil exato desse estilo que ele colocou na luta sindical e ambientalista. Uma pessoa doce, que enfrentava dos problemas com serenidade procurando fazer prevalecer a justiça humana, as relações humanas, os direitos da pessoa, falando mais com o coração do que com a cabeça, fazendo o sentimento prevalecer sobre o conceito", diz Martins ressaltando que tem surgido muitas versões sobre Chico Mendes de pessoas que não o conheceram e que o afastam do real.

Concebida pela artista plástica Luciana Abreu a exposição, preparada em apenas 40 dias, conta com uma equipe formada pelos também artistas plásticos Gesileu Salvatore e Darci Seles, entre outros profissionais. Desde o hall de entrada até o segundo piso, o público irá se deparar com elementos naturais como palhas, sementes, madeira para desenhar o perfil deste homem da floresta.

A artista explorou recursos como o cruzamento de elásticos para trabalhar o conceito de visão tridimensional criando imagens que podem ser vistas de vários pontos da escada. Durante a subida será possível colocar os utensílios usados por seringueiros. "Pretendíamos buscar uma unidade na exposição usando elementos que são da história dos povos da floresta. O público poderá interagir com a exposição e usar os utensílios dos seringueiros", diz Luciana Abreu

No segundo piso o visitante irá encontrar uma casa que faz referência às habitações tanto de índios como de seringueiros, uma sala de projeções recoberta com palha de ubim, palmeira predominante na região do vale do Juruá e uma espécie de armazém onde deverão ser comercializados produtos que tratam da vida e do trabalho de Chico Mendes.

A exposição Chico Mendes: O Homem da Floresta é uma das atividades realizadas durante a Semana Chico Mendes, promovida no ano em que se completa vinte anos de sua morte. A programação da Semana Chico Mendes continua até segunda-feira, 22. Neste sábado acontece em Xapuri o encontro Companheiros e Companheiras, cuja promoção é do CNS, Coiab, GTA, paróquia São Sebastião, de 8 às 12 horas. Para Rio Branco estão previstas a inauguração da Galeria dos Premiados, às 14h30, no Parque da Maternidade e a entrega do prêmio Chico Mendes de Florestania 2008, às 18h30, no Teatro Plácido de Castro.

 

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Exposição foi concebida em 40 dias. Público irá se deparar com elementos naturais que desenham o perfil do homem da floresta (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

 

"O Chico representava e era porta-voz de um movimento. Ele não era uma pessoa sozinha, nunca foi. Ele deixou uma mensagem para o presente e pro futuro que é o legado verdadeiro: a possibilidade infinita que a região tem de entrar no mercado verde global. Com os medicamentos, os cheiros, os fibras, as substâncias todas que estão sendo pesquisadas. Existem muitos Chico Mendes na floresta. Nós precisamos nos reconhecer como povo da floresta. Essa exposição procura valorizar esse mundo. Esse é o principal legado que o Chico deixa", diz Martins.

 

 

 

 

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