Exibição de filmes e debate marcam o Dia do Curta em Rio Branco

O ‘Dia do Curta’ é comemorado em 4 de abril em todo o país. Aqui na capital, a programação inclui a exibição de seis curtas-metragens de realizadores do estado na Filmoteca Acreana, a partir das 19 horas, e ainda uma mesa redonda composta por representantes da FEM, FGB, Minc, Iphan, Usina de Arte, Festival Pachamama, Asacine, Samaúma Cinema e Vídeo e Cineclube Opiniões que vai discutir a eficácia dos mecanismos de formação, produção e divulgação desse tipo de formato.

A Associação Brasileira de Documentaristas e Curtas-metragistas do Acre, a ABDeC/AC, é quem organiza a edição local do evento, com o tema: ‘A Vida é Curta e o Curta Mais Curto Ainda’.

“Os curtas-metragens desenvolvem um papel importante porque estão em sintonia com o perfil atual de consumo do mercado audiovisual, que privilegia novos formatos e versões reduzidas, além de representar um grande volume das produções nacionais”, explica Ney Ricardo, membro da associação organizadora.

Faz pelo menos quatro décadas que a busca por um modelo de “contaminação” direta com todas as regiões do país (e um maior alcance de público) não sai das rodas de conversa dos cineastas brazucas. Mais do que isso, é também uma bandeira histórica defendida pela ABD Nacional que, depois de muita pressão, conseguiu uma resposta temporária para o problema com a ‘Lei do Curta’, criada em 1975 para regulamentar a exibição obrigatória, antes das sessões de filmes estrangeiros, nas salas de cinema.

O dispositivo, porém, só foi implantado dois anos após a regulamentação. E acabou tornando-se inviável em 1990, período em que o Plano Collor extinguiu o Concine (Conselho Nacional de Cinema), órgão fiscalizador do cumprimento das leis relativas ao cinema, e também suprimiu a Fundação do Cinema Brasileiro, a FCB, que operava o sistema do curta-metragem.

Mesmo depois de “assassinada” pelo próprio governo, a ‘Lei do Curta’ deixou um legado importante. Criou um mercado e conseguiu estimular a produção e distribuição do material pelo Brasil, além de aproximar os maiores talentos da época com toda uma geração de cineastas. Razão pela qual a ABD Nacional propõe a atualização das políticas públicas e da interação entre os agentes da cadeia produtiva do audiovisual, para estabelecer novas iniciativas voltadas à comercialização e à exibição de curtas realizados de maneira independente.

A nova estratégia é projetada em uma ação que contemple todas as janelas de exibição, da sala de cinema à internet, com novas propostas de negócios e uma constante valorização do produto perante toda a sociedade. “Nós, os realizadores independentes do estado, usamos a Lei do Curta como um instrumento de reflexão. É a nossa bandeira de luta, por amor ao cinema e por acreditarmos nas possibilidades de promover a cultura acreana por meio da sétima arte. Nós apostamos na difusão do curta-metragem e precisamos nos unir para colocar isso em prática”, conclui Ney Ricardo.

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