Exames determinam quais pacientes poderão tomar nova medicação

Paciente passa pelo exame de elastrografia hepática, que detecta o nível de fibrose no fígado (Foto: Acervo/Secom)
Paciente passa pelo exame de elastrografia hepática, que detecta o nível de fibrose no fígado (Foto: Acervo/Secom)

A nova medicação contra hepatites C estará disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em outubro. Os medicamentos garantem mais qualidade de vida e conforto aos pacientes, além de aumentar a chance de cura em 90%, diminuindo assim o tempo de tratamento.

“O tempo de tratamento com esses os medicamentos passa a ser de 90 dias. Outro benefício é que, por ser administrado via oral, os efeitos colaterais são quase nulos”, explicou Nelson Guedes, da coordenação Estadual de DST/Aids e Hepatites Virais.

Para saber se podem tomar os medicamentos, os portadores da doença devem passar por uma série de exames, como eletrocardiograma, hemograma completo e elastrografia hepática, que mede o nível de fibrose no fígado.

“Só receberão essa medicação os pacientes com hepatite C diagnosticados há mais de seis meses, com qualquer genótipo e cujo resultado do exame de elastrografia hepática detecte um nível de fibrose maior ou igual a 3, ou F2, para pacientes que já passaram pela biópsia há mais de dois anos” explicou a infectologista Sirley Lobato.

De acordo com a diretora do Serviço de Atendimento Especializado (SAE) do Hospital das Clínicas (HC) de Rio Banco, Edna Gomes, uma lista com 263 pacientes aptos a receber a medicação, de acordo com o resultado dos exames, já foi encaminhada ao Ministério da Saúde (MS) que liberará o medicamento.

“Os exames continuam sendo feitos aqui em Rio Branco e no interior. Uma nova lista deve ser enviada ao MS em outubro”, disse Edna.

Os novos medicamentos que serão acrescentados no tratamento de pacientes de hepatites crônicas são: Daclatasvir, Sofosbuvir e Simeprevir. Serão beneficiados pacientes que não podiam receber os tratamentos ofertados anteriormente, entre eles os portadores de coinfecção com o HIV, cirrose descompensada, pré e pós-transplante, e pacientes com má resposta à terapia com Interferon, ou que não se curaram com tratamento anterior.

Hepatites no Acre

De acordo com dados do Ministério da Saúde (MS), o Acre é o estado brasileiro que lidera o ranking nacional de pessoas com incidência de hepatites A, com 38,1% em todo o estado, e a média nacional é de 3,2%. O estado possui 116,2% de incidência de hepatite B, e a média nacional é de 9,2%.

Para hepatite C, Rio Branco está entre as 11 capitais com o valor maior que a média nacional, possuindo 48,8%, e a média do país é de 6,7%.

O SAE realiza o acompanhamento de aproximadamente sete mil pessoas portadoras de hepatites C, B e D em todo o estado. Lá os pacientes recebem tratamento, encaminhamento para exames, além de acompanhamento psicológico, social, médico e multidisciplinar.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, um terço da população mundial já foi infectado pelos vírus das hepatites, o que faz com que a doença seja considerada um problema de saúde pública que exige medidas continuadas de mobilização, prevenção, capacitação e troca de informações.

Formas de transmissão e prevenção

As hepatites caracterizam-se por serem inflamações no fígado causadas por medicamentos, vírus e uso abusivo de álcool, segundo Sirley Lobato. “Em 90% dos casos, não há manifestação de sintomas. A doença causa diversos problemas no fígado, como cirrose e câncer, nos rins, nervos e articulações, além de causar diabetes”, explica.

A infectologista diz ainda que uma das formas de prevenção é não compartilhar objetos de manicure, exigir materiais descartáveis ao fazer tatuagens, colocar piercings e passar por transfusão de sangue, por exemplo. “Usar preservativos durante as relações sexuais é importantíssimo”, finaliza a médica.

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