Estudo quer mostrar a prevalência das hepatites em comparações com outras regiões já que dados sobre doença são antigos
A Secretaria de Estado de Saúde, em parceria com a Universidade Federal de Pernambuco, realiza durante todo o mês de dezembro, em Rio Branco, um estudo sobre a prevalência das infecções causadas pelos vírus das hepatites A, B e C. O inquérito foi encomendado pelo Ministério da Saúde e objetiva detectar, por meio de exames específicos na população, os lugares onde há mais casos de hepatites, associando com os fatores de risco biológicos, socioeconômicos e epidemiológicos.
Essa pesquisa ocorre desde 2004 em todas as capitais do Brasil, e as da região Norte são as últimas a serem estudadas. Em Rio Branco, 170 domicílios em 30 bairros são visitados compreendendo as faixas de 5 a 19 anos para a hepatite A, de 10 a 69 anos para as hepatites B e C. A equipe é composta por um entrevistador, um coletador, um coordenador de campo e um motorista.
Segundo Mônica Morais, coordenadora do Programa Estadual de Hepatites, nesse estudo pretende-se mostrar a prevalência das hepatites A, B e C para comparar com as outras capitais e regiões brasileiras, pois os dados sobre a doença são antigos. "Desde 1992, os recém-nascidos recebem a vacina para hepatite B, por isso queremos avaliar o impacto dessa vacina na população", comenta.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde – OMS, cerca de um a dois milhões de pessoas morrem anualmente em todo o mundo, em decorrência do comprometimento do fígado causado pelos vírus das hepatites, que pode levar a quadros crônicos da doença ou mesmo ao desenvolvimento de cirrose ou câncer.Números tão expressivos são explicados pela facilidade de contrair o vírus, que está presente no sangue e em outros líquidos orgânicos como sêmen, secreções vaginais e leite materno.
Saiba mais
A hepatite é uma doença provocada por diferentes tipos de vírus (A, B, C, D e E), com características epidemiológicas, evolução clínica, imunológicas e laboratoriais distintas.
Sintomas: mal-estar, dor de cabeça, febre baixa, falta de apetite, cansaço, urina escura, fezes esbranquiçadas, icterícia, náuseas, vômitos, desconforto abdominal, aversão a alguns alimentos e cigarro.
Medidas de Prevenção
Hepatite A e E: lavar as mãos após ir ao banheiro, ao preparar alimentos e antes das refeições, beber água tratada, lavar e desinfetar alimentos (frutas e verduras) antes de serem consumidos crus, melhoria do saneamento básico.
Hepatite B e D: vacinação, uso de preservativos nas relações sexuais, uso das normas adequadas de biossegurança para procedimentos cirúrgicos e odontológicos, o não compartilhamento de objetos de uso pessoal (escovas de dente, lâminas de barbear, alicates de unha) e dos materiais utilizados para uso de drogas injetáveis e inaladas (canudinho, cachimbo, seringas, etc.), pré-natal assistido para evitar a transmissão vertical.
Hepatite C: Para a prevenção da hepatite C, utilizam-se os mesmos cuidados da hepatite B, com a diferença de não existir vacina contra esse vírus.
Tratamento
Não existe tratamento específico para a forma aguda; recomenda-se repouso; o paciente define sua dieta de acordo com seu apetite e aceitação alimentar; a única restrição está relacionada à ingestão de álcool, que deve ser suspensa por seis meses, no mínimo, e preferencialmente por um ano; as drogas consideradas "hepatoprotetoras", associadas ou não a complexos vitamínicos, não têm nenhum valor terapêutico.