O governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Indústria, Ciência e Tecnologia (Seict) e da Agência de Negócios (Anac), em parceria com o Fórum Empresarial de Inovação e Desenvolvimento e a Assembleia Legislativa do Estado (Aleac), avaliou os resultados da missão comercial na Expoalimentaria, maior feira de alimentos e bebidas da América Latina, realizada de 27 a 30 de setembro, em Lima, no Peru, com a participação de empresários do Acre e Rondônia.
Reunidos na sede da Federação da Indústria do Estado do Acre (Fieac) na noite desta terça-feira, 10, membros dos poderes Executivo e Legislativo, além de representantes do setor produtivo, definiram ações estratégicas em busca de soluções para o destravamento de serviços aduaneiros, obras estruturantes e desafios de projeção econômica e política de fortalecimento do corredor interoceânico.
Uma pesquisa feita junto aos empresários acreanos que participaram da missão comercial em Lima demonstrou que 66,6% dos empreendedores conseguiram prospectar negócios. Desse total, 40,7% fechou relação comercial. Outros 18,5% conheceram produtos peruanos para importação. Para o titular da Seict, Assurbanípal Mesquita, os objetivos planejados foram alcançados.
“Partiremos agora para imersões junto ao governo federal, na resolução dos entraves já conhecidos e de novas demandas apresentadas a partir das prospecções realizadas na feira, com empresários peruanos, a partir das obras do Porto de Chancay, que representam um marco na rota marítima mundial”, destacou Mesquita.
De acordo com o levantamento feito pela Seict, 25,9% dos empresários acreanos do setor de alimentos já tinham relações comerciais no Peru. A indústria Dom Porquito confirmou a ampliação das relações bilaterais.
“O Acre precisava de iniciativas como essa. A missão atingiu seus objetivos em todos os sentidos. Agora é avançar, uma vez que já existe uma logística reversa que precisa ser aprimorada com as importações prospectadas”, disse o empresário Paulo Santoyo, da Dom Porquito.
Santoyo defende a transformação da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Acre em um terminal intermodal com ingresso de produtos do Peru. Além dessa proposta, os empreendedores querem políticas de incentivos fiscais para importação dos produtos peruanos, providências para fiscalização veterinária para entrada e saída de proteínas entre as regiões aduaneiras, flexibilidade na logística de licença de transporte internacional e redução da alíquota de produtos importados, que atualmente é de 23,4%.
“A partir dos novos negócios que serão consolidados, surgiram novas demandas que precisam ser apresentadas às autoridades brasileiras. Buscamos apoio da Assembleia Legislativa do Acre e de Rondônia, para uma nova agenda em Brasília, junto aos ministérios e ao Itamaraty”, disse o presidente da Fieac, José Adriano Ribeiro.
O presidente da Aleac, deputado Luiz Gonzaga, comanda a força-tarefa para vencer os desafios de projeção econômica e política de fortalecimento do corredor interoceânico. A pedido da Secretaria de Planejamento do Acre, será criada uma comissão parlamentar para o comércio exterior.
“Trabalhamos por algo que é possível, agora é unir as bancadas do Acre e Rondônia para resolver os gargalos aduaneiros. Essa pauta é prioritária ao nosso desenvolvimento”, observou Gonzaga.
A presidente da Anac, Waleska Bezerra, destacou a satisfação do setor produtivo com as ações de governo, uma vez que 96% dos empresários avaliaram como positivo o estande do Acre na Expoalimentaria. O Pavilhão Nacional foi premiado como melhor espaço estrangeiro na feira.
“Foi muito produtivo. Lógico que foi uma experiência que trouxe muitos aprendizados, vamos aperfeiçoar ainda mais essa relação, para que nos próximos anos possamos ampliar as relações comerciais, os intercâmbios culturais e turísticos entre os países. O governador Gladson Cameli quer geração de emprego e renda”, avaliou Waleska.