Obra da CIA São Jorge de Variedades é baseada nas peças, entrevistas e na intensidade do discurso do dramaturgo alemão Heiner Müller
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 “Quem não sabe mais quem é, o que é, e onde está, precisa se mexer” será apresentado em Rio Branco e Porto Acre (Foto: Divulgação) |
CIA São Jorge de Variedades, grupo de São Paulo, circula por quatro cidades do país com o espetáculo “Quem não sabe mais quem é, o que é, e onde está, precisa se mexer”, com direção de Georgette Fadel, contemplado com o Prêmio Funarte Myriam Muniz. No Acre, Rio Branco e Porto Acre recebem a montagem. As apresentações acontecem nos dias 20, 21 e 22, na Usina de Arte, e nos dias 27 e 28, na quadra de esporte de Porto Acre, às 19 horas, para um público de sessenta pessoas.
O espetáculo é gratuito e os ingressos devem ser retirados uma hora antes do início. A Cia São Jorge de Variedades é patrocinada pela Petrobras. Além do espetáculo, a Cia São Jorge realizará oficina de teatro com os atores do grupo, e debate sobre dramaturgia contemporânea e processo colaborativo. A temporada no Acre conta com o apoio do governo do Estado.
Montagem
O mergulho na pesquisa e improvisação sobre o universo de Heiner Müller fez com que a montagem de “Quem não sabe mais quem é, o que é, e onde está, precisa se mexer” ganhasse forma. As peças do autor alemão, suas entrevistas e a intensidade de seu discurso são elementos que dão o tom ao espetáculo, que começa na rua e segue para dentro do teatro. A montagem foi a vencedora da categoria especial do Prêmio Shell 2009- SP por sua pesquisa e criação.
Os três atores – Mariana Senne, Marcelo Reis e Patrícia Gifford -, em mais de uma hora de espetáculo, transformam o discurso de Heiner Müller em situações bem próximas do público. Para Georgette Fadel, que assina a quarta direção na Cia, a poesia de Müller encantou todos os integrantes. “A simpatia foi imediata, principalmente por ele ser considerado o herdeiro e interlocutor de Brecht, por quem somos apaixonados”, conta.
Com uma ação que tem como palco primeiro a rua, a montagem começa com o encontro dos três atores, e a partir daí, levam o público até a lúdica e bem elaborada cenografia de Rogério Tarifa, um apartamento, ou melhor, um ‘aparelho revolucionário’.
"Buscamos criar, de maneira metafórica, num apartamento, nossos mecanismos cotidianos, seus aspectos positivos e negativos e tentamos revelar alguns mitos e forças que permeiam nossa rebeldia, tédio e esperança de um mundo melhor", completa Georgette Fadel.
Heiner Müller, complexo, mas acessível
“Na nova montagem a CIA São Jorge se coloca dentro de um apartamento e pinta então, com lentes de aumento, o auto-retrato bem humorado, mas cruel. Temos energia, vontade e clareza, mas estamos deslocados do centro da ação, presos nos muitos apartamentos. Do jeito certo, mas na hora errada e na hora certa, porém no lugar errado”, explica a diretora, sobre o mergulho no mais polêmico dramaturgo da pós-modernidade, o alemão Heiner Müller, considerado o herdeiro de Antonin Artaud e Bertolt Brecht.
"Heiner Müller é complexo, mas colocado sob olhar simples, com jogo cênico, torna-se acessível", diz a diretora, “ele coloca nos textos o amargo de revoluções, explicitando a complexidade de nossos vícios e o contemporâneo de nossas frustrações, em textos muitas vezes jogados ao público como uma metralhadora”.
Sobre a CIA São Jorge
Projeto coletivo, criado em 1998, com integrantes da Escola de Arte Dramática e da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. O grupo visa estabelecer, por meio de investigações permanentes, um processo de lapidação da cena bruta, se utilizando de artifícios e procedimentos simples e artesanais. A base estética da companhia se apóia em referências múltiplas, de acordo com as necessidades de cada espetáculo, mas principalmente nas manifestações ritualísticas de canto e dança, mantendo como referência paralela as religiões afro-brasileiras.
{xtypo_rounded2} Espetáculo “Quem não sabe mais quem é, o que é, e onde está, precisa se mexer”, Dias 20, 21 e 22/05 – 19 horas
Usina de Arte – FEM – Avenida das Acácias, nº 1, Distrito Industrial, Rio Branco – (68) 3229-6892.
Dias 20 e 21/05 Bate-Papo com público após a apresentação
Todas as atividades são gratuitas – Os ingressos devem ser retirados uma hora antes do início do espetáculo – público 60 pessoas {/xtypo_rounded2}
{xtypo_rounded2} Espetáculo “Quem não sabe mais quem é, o que é, e onde está, precisa se mexer”, Dias 27 e 28/05 – 19 horas
Dia 27/05 Bate-Papo com público após a apresentação
Local: Quadra de Esportes – Rodovia Ac 10, km 57 – Porto Acre {/xtypo_rounded2}
