ano letivo

Escolas atuam para evitar abandono dos estudos durante a pandemia

Em meio ao cenário novo e desconhecido causado pela pandemia da Covid-19, os impactos sobre a educação foram sentidos e a necessidade de criação de medidas para o combate ao abandono dos estudos, por parte de alunos que estão atividades remota, é extremante essencial. E o quanto antes a instituição de ensino detectar, mais rápido poderá agir e minimizar os impactos negativos.

A gestão da escola tem papel crucial neste momento e as instituições de ensino estaduais se mobilizam e intensificam o resgate de alunos que não estão participando das atividades remotas. Nesse sentido, a Secretaria de Estado de Educação Cultura e Esportes (SEE), orienta e apoia as escolas para a realização dessas ações.

É muito importante que a escola mantenha o vínculo entre alunos e escola durante a pandemia, com atividades frequentes, comunicação com os alunos e pais na sensibilização para a importância do processo pedagógico, pois o ano letivo está em andamento no estado, mesmo que de forma remota.

A diretora de Ensino da SEE, Denise dos Santos, destaca que as escolas estão realizando ações com a finalidade de alcançar os alunos que ainda não estão envolvidos no processo de EaD que a Secretaria de Educação vem desenvolvendo. “As ações de ir até a casa do aluno é para que possamos minimizar as dificuldades que eles apresentam, até mesmo de chegar à escola para fazer a retirada de material, receber as orientações e as informações”.

Escolas em ação

A gestora da Escola Iracema Gomes, localizada no conjunto Jequitibá, região do Calafate, declarou que muitos alunos daquela localidade não têm acesso à internet e, por isso, não estavam participando dos grupos de WhatsApp da escola. Foi aí que surgiu a ideia de formar equipes com professores e servidores e procurar os pais para saber o motivo pelos quais os alunos não estavam participando das atividades escolares.

A partir daí, a escola passou a atender seis alunos distribuídos em duas turmas uma vez por semana, para resolverem as atividades e tirarem dúvidas com a professora. Também são atendidos três alunos com deficiências apoiados por mediadoras e intérpretes, pois os pais não tinham como ajudá-los em casa. Todos usando máscara, álcool em gel e obedecendo as regras de distanciamento.

A Escola Iracema Gomes abriu as portas para 6 alunos do 4º ano sem acesso à internet Foto: Clícia Araújo/Ascom SEE

“Temos 190 alunos e agora praticamente 90% das nossas turmas estão participando das aulas. O trabalho tem surtido efeito e os pais estão satisfeitos, pois os alunos continuam com uma rotina de atividades diária por meio de grupos de WhatsApp, atividades impressas e livros didáticos”, explica Aldineia de Andrade, gestora da Escola Iracema Gomes.

O professor Davi Pinheiro, gestor da João Paulo I, destacou que a escola tem um público de 532 alunos matriculados e no início das aulas remotas no mês de abril, somente 50% estavam sendo atendidos com as atividades escolares e isso causou incomodo à comunidade escolar que realizou um trabalho de conscientização com os pais enviando áudios e vídeos sobre a importância das aulas online. Em julho, a escola conseguiu alcançar 70% dos estudantes.

Dia do resgate

Mas o trabalho pela busca de alunos continuou e então surgiu o “dia do resgate”, com o intuito de abranger o maior número de alunos. A equipe visitou as casas, conversou com os pais e com as crianças, distribuiu kits com material impresso e livros didáticos e o resultado foi muito positivo com 98.12% dos estudantes participando das atividades escolares. A busca continua pelos poucos que ainda não estão inseridos.

“Com esse trabalho que fizemos, mesmo antes de chegarmos a algumas casas, muitos pais ficaram sabendo da realização da ação e vieram à escola buscar o material dos filhos. Conversamos e eles entenderam que o ano letivo não havia parado e que se a criança não participar desse momento ela está sendo prejudicada. A família é nossa aliada”, concluiu o gestor.

A ação de resgate de alunos tem acontecido nas escolas estaduais da capital e do interior, com o objetivo de alcançar as crianças que não estão participando das atividades escolares à distância, e evitar que sejam prejudicadas.

Equipe da Escola João Paulo I na realização da ação “dia do resgate” Foto: Cedida

A Escola Berta Vieira no primeiro momento optou por fazer a distribuição de apostilas elaboradas pelos professores para os alunos que não estavam participando das aulas a distância e inseri-los nos grupos de estudos. Para a segunda nota foi confeccionado um caderno de atividades e os estudantes já estão fazendo a devolutiva na escola.

“Nós estamos fazendo o chamamento nos grupos pedindo o apoio dos alunos que já estão inseridos para alcançarmos aqueles que não estão fazendo as atividades online. Estamos nos revezando e todo dia tem uma equipe de professores e funcionários na escola para a entrega de material e esclarecimento dúvidas”, declarou o coordenador pedagógico, Glauco Feitosa.

Outra escola também empenhada no resgate de alunos é a Madre Hidelbranda da Prá que realizou a ação pelas ruas do bairro Cidade Nova, fazendo a entrega de material didático nas casas e conscientizando os pais para a participação das crianças nas atividades remotas evitando um possível abandono.

Equipe da Escola Madre Hidelbranda visitam os alunos que não estão desenvolvendo as atividades remotas, conversam com os pais e distribuem material didático Foto: Stalin Melo/Ascom SEE