Além de conhecer os produtos peruanos, empresários acreanos também manifestaram interesse em exportar para o Peru
As relações comerciais entre Acre e Peru se tornam cada vez mais realidade. A comercialização de produtos aumentou consideravelmente nos últimos dias e empresas peruanas já manifestaram interesse em se instalar no Estado.
Acompanhados do vice-governador César Messias e do secretário de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio, Serviços, Ciência e Tecnologia (Sedict), Edvaldo Magalhães, empresários acreanos, representantes de dez empresas, visitaram indústrias e participaram de rodadas de negócios em Arequipa e Lima, no Peru.
Além de conhecer os produtos peruanos, os empresários acreanos também manifestaram interesse em exportar para o Peru, entre outras coisas, carne suína, bovina e frango. Diretores do grupo Glória, revelaram interesse em se instalar na Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Acre.
Em Arequipa, cidade distante do Acre cerca de 1,4 mil quilômetros, com ligação pela Transoceânica, com mais de um milhão de habitantes, os empresários acreanos visitaram empreendimentos no ramo de frutas, verduras e legumes.
Uma das empresas visitadas foi a MC&M que trabalha com alho e cebola, totalizando mais de cinco milhões de toneladas do produto por ano, importando para os Estados Unidos e México, e nos últimos meses também para o Acre.
O representante dos Supermercados Araújo, Francisco das Chagas, disse que há quase um mês o grupo realizou uma compra grande de alho e cebola, que chegou há 40% mais barato para o consumidor de Rio Branco.
“É importante visitarmos as fábricas de onde compramos produtos para abastecer nossas prateleiras. Acredito que assim o negócio ganha mais credibilidade, pois sabemos com quem estamos fazendo negócios e quais produtos estamos levando para nossos clientes”, afirmou.
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 Os empresários acreanos se reuniram, ainda em Arequipa, com representantes de empresas da cidade, durante rodada de negócios, na Câmara de Comércios, onde trocaram informações, apresentaram produtos, discutiram sobre preços e logística (Foto:Assessoria Sedict) |
Os empresários acreanos se reuniram, ainda em Arequipa, com representantes de empresas da cidade, durante rodada de negócios, na Câmara de Comércios, onde trocaram informações, apresentaram produtos, discutiram sobre preços e logística, entre outras coisas.
Vários negócios foram concretizados. A empresa Acreaves, por exemplo, firmou parceria com uma empresa peruana para garantir melhorias na produção de frangos. Já a empresa de temperos ‘Cumadi’, fechou um negócio para a compra de sete toneladas de alho.
Nos últimos anos Arequipa registrou um crescimento de 10% ao ano, reduzindo em quase 50% a pobreza, com um investimento de mais 56 milhões de dólares na exploração de minérios, hidrocarbonos e na indústria em geral. É a região peruana que mais cresce economicamente, daí a resposta para que o Acre, que está tão próximo mantenha negócios.
Durante as visita, o vice-governador César Messias destacou a importância das parcerias entre empresários acreanos e peruanos, o que segundo ele, garante benefícios para as duas regiões.
“Com isso teremos produtos mais baratos e de qualidade na mesa do acreano. Estamos mais próximos do Peru, do que do centro-sul do país, de onde os empresários acreanos compram a maioria de hortifrutigranjeiros consumidos no Estado. Com a Transoceânica, temos a oportunidade de fechar muitos negócios”, disse.
Grupo Glória confirma instalação no Acre
O Gloria Holding Corporation, formado por 42 empresas processadoras de leite, açúcar, cimento e papel, no Peru, Bolívia, Equador, Argentina, Colômbia e Porto Rico, que atualmente exporta produtos para 65 países, confirmou, durante a visita dos empresários acreanos, que vai se instalar no Acre, mais precisamente em Rio Branco e Cruzeiro do Sul, no primeiro trimestre de 2012.
A novidade foi anunciada depois de uma conversa entre o vice-governador, César Messias, o secretário Edvaldo Magalhaes e o presidente do grupo Glória, Vitor Rodriguez.
Edvaldo Magalhães garantiu que o Estado vai disponibilizar ao grupo Glória, cerca de cinco hectares de terra em Rio Branco e dois hectares em Cruzeiro do Sul. Nessas cidades, o grupo Glória construirá galpões para armazenar seus produtos e abastecer o comercio local. “Nós estamos dando os primeiros passos para que essa empresa chegue ao Acre, pois sabemos dos benefícios que ela trará para nosso estado”, afirmou.
O vice-governador César Messias comemorou o anúncio e disse que a medida coloca o Acre na rota de exportação, garantindo produtos de qualidade para a população acreana, além da geração de emprego e renda.
Para se ter uma ideia da dimensão dos negócios do grupo Glória, apenas uma única planta processadora, que os empresários acreanos visitaram, em Lima, processa por dia 1,8 milhão de litros de leite. O grupo fatura, por ano 2,5 bilhões de dólares e emprega mais de 20 mil pessoas.
Edvaldo Magalhães e César Messias garantiram que o Acre já está investindo na cadeia leiteira e fará novos investimentos para garantir um aumento na produção de leite no Estado.
Entre outras coisas, o Governo do Estado deve comprar vacas leiteiras em Minas Gerais e doar para pequenos criadores no Acre, como forma de incentivo.
O presidente do grupo Glória, Vitor Rodriguez, disse que para a empresa interessa chegar ao mercado acreano. “Estamos muito próximos do Acre. Temos a Transoceânica concluída e em ótimas condições. Precisamos e necessitamos manter esse comércio. Temos todas as condições para integrar definitivamente nossos países através de nossos negócios”, afirmou.
Os empresários acreanos também conheceram uma das maiores fábricas de cimento do Peru, a empresa Yura, que pertence ao grupo Glória. Com uma produção de mais de três milhões de toneladas do produto por ano, eles manifestaram interesse em se instalar na Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Acre.
“Nosso interesse não está apenas em enviar nossos produtos para o Acre, nós queremos nos instalar na ZPE do estado e colocar nossos produtos nas prateleiras e na mesa do acreano”, declarou Julio Cárcere, diretor de comercialização do grupo.
