Declaração foi dada durante seminário realizado pelo Sindireceita em Rio Branco
O Sindicato Nacional dos Analistas-Tributários da Receita Federal do Brasil (Sindireceita) realiza, nesta sexta-feira e sábado, 06 e 07, no auditório da Casa da Indústria, o seminário "Saída para o Pacífico e Áreas de Livre Comércio", com o objetivo de construir oportunidades de desenvolvimento e integração entre o Brasil e o Peru. Na ocasião, o embaixador do Peru no Brasil, Hugo de Zela, disse que ainda são poucas as ações efetivas para a integração internacional.
A obra mais esperada para concretizar as relações é a construção da Estrada do Pacífico, que liga o Acre ao Peru. Para o representante do Governo do Estado, secretário de Fazenda Mâncio Lima, a discussão promovida pelo seminário é importante para que dificuldades burocráticas de integração sejam superadas. "A integração com o Peru não vai afetar somente o Acre e os locais por onde passa a Estrada do Pacífico, o Brasil inteiro será afetado por essa nova relação internacional", ressaltou.
Uma das preocupações destacadas pelo Seminário é fazer a ligação internacional, respeitando os aspectos do desenvolvimento sustentável e a democracia dos direitos humanos. "A participação do Acre na integração já acontece. O Governo do Estado teve um empenho fundamental com a construção da BR-317. Agora, precisamos colocar a integração em prática", disse o vice-presidente da Comissão da Amazônia da Câmara dos Deputados, deputado federal Sérgio Oliveira.
O presidente da Assembléia Legislativa do Acre (Aleac), deputado Edvaldo Magalhães, destacou os problemas com o transporte de mercadorias que ainda existem entre os dois países. "Para citar um exemplo, o quilo de tomate em Cruzeiro do Sul custa oito reais. Se a burocracia não fosse tanta, poderíamos importar o mesmo legume de Pucalpa, no Peru, ao custo de um real o quilo. Parece tão fácil, mas até hoje não conseguimos resolver", disse.
Para o presidente do Sindireceita, Paulo Antenor de Oliveira, o Acre é parte estratégica para a nova rota internacional que o Brasil planeja. "Essa nova rota encurta em mais de seis mil quilômetros o contato do Brasil com o continente asiático. Com isso, o Acre vai ter maior geração de emprego e renda, mais investimento Federal e mais indústrias, sem falar na relação com os outros estados, como Rondônia e Mato Grosso", avaliou.