Em visita ao Acre nesta semana, o embaixador da Bélgica no Brasil, Jozef Smets, conheceu na manhã desta quarta-feira, 18, as instalações do complexo de piscicultura Peixes da Amazônia e o projeto do governo do Estado de desenvolvimento da cadeia produtiva.
Jozef está numa missão de conhecer as políticas públicas que o governo do Acre desenvolve, a fim de apoiá-las e apresentar oportunidades de parcerias e negócios para membros da União Europeia.
O embaixador contou que fez uma análise entre todos os estados da Amazônia e escolheu o Acre para a visita, em razão de o estado possuir políticas públicas de desenvolvimento econômico associadas à preservação ambiental.
“É muito importante para nós vermos o dinamismo e o profissionalismo num setor de tanta importância como o alimentício. Um setor que respeita os aspectos ambientais, o desenvolvimento sustentável, que envolve o conhecimento regional e os pequenos produtores. O Acre integra todos esses aspectos”, relatou o embaixador após conhecer o complexo.
O presidente da Agência de Negócios do Acre (Anac), Inácio Alves, e o secretário de Estado de Indústria, Fernando Lima, apresentaram as instalações da Peixes da Amazônia.
Eles explicaram que o modelo público-privado-comunitário existe apenas no Acre, com o governo possuindo uma parte do empreendimento, outra parte com grandes empresários, mas também a participação de 2.500 pequenos produtores por meio das cooperativas de piscicultura, que detêm 10% das ações.
Segundo Fernando Lima, com pouco mais de um ano de funcionamento total, a Peixes da Amazônia já é um grande sucesso, com toda sua produção comercializada e lutando para dar conta de todas as demandas, inclusive o fornecimento exclusivo de 15 toneladas para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. “O pioneirismo do governador Tião Viana em fortalecer cadeias produtivas como a piscicultura chama a atenção até da Bélgica. Temos aqui um pescado de alta qualidade, gerado pelos nossos produtores.”
O complexo
O embaixador Jozef Smets pode conhecer cada setor do complexo, começando pelo laboratório de produção de alevinos. Mesmo fora do período de desova dos peixes, o laboratório já produziu e comercializou este ano um milhão de alevinos de surubim e 100 mil de pirarucu até agora.
Já na fábrica de ração, única no Brasil com tecnologia dinamarquesa, a produção diária pode chegar a 100 toneladas por dia, distribuídas em 10 tipos – seis para carnívoros e quatro para onívoros. Além do mercado acreano, a fábrica já vende para Rondônia e em breve planeja chegar ao mercado do Amazonas e de Mato Grosso.
No frigorífico de filetagem é onde está o maior número de funcionários do complexo, 76. São processados 15 toneladas de filé de peixe diariamente.
Alves aproveita para contar que hoje um único cliente da Peixes da Amazônia tem praticamente comprado toda a produção: o Grupo Pão de Açúcar. E, embora o governo já tenha construído 5.700 tanques para pequenos produtores, a necessidade de produção só cresce.
Jozef Smets ressaltou que a ideia de um negócio sustentável e inclusivo faz parte das políticas públicas valorizadas pelo governo da Bélgica. “Eu vou voltar para Brasília com uma boa impressão. E algo que eu gosto de saber é que durante os jogos olímpicos os nossos atletas vão comer os peixes produzidos aqui, em condições muito boas, garantindo um produto de alto nível. Ficamos impressionados”, declarou.