A pandemia provocada pelo coronavírus, além de outros problemas regionais, como a dengue, e enchentes recorrentes em épocas de chuva são problemas que têm afetado todas as classes sociais, especialmente as que já vivem em situação de vulnerabilidade social.
Procurando amenizar os impactos desse conjunto de fatores no Acre, o governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Produção e Agronegócio (Sepa), em parceria com a Secretaria de Estado de Assistência Social dos Direitos Humanos e de Políticas Públicas para as Mulheres (SEASDHM), criou o Programa de Compras Emergenciais.
O projeto nasceu logo no início da pandemia, em 2020, e vem sendo financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), por meio do Programa de Desenvolvimento Sustentável do Acre (PDSA). O investimento é de R$ 7 milhões.
“O programa consiste na aquisição direta de alimentos de produtores rurais ligados a cooperativas e associações reconhecidas em todo o estado. O objetivo é ajudar as famílias carentes a atravessar este momento de pandemia, assegurar a alimentação em instituições de acolhimento e também garantir trabalho e renda a produtores rurais do estado. A oferta de produtos vai desde frutas, verduras, hortaliças e legumes, a condimentos, grãos, peixes e cereais”, explicou o secretário de Estado de Produção, Edivan Azevedo.
Depois de passar pelos municípios do Juruá e do Alto Acre, nesta quinta-feira, 11, o programa chegou ao Baixo Acre e deve beneficiar mais de 12 unidades de acolhimento e famílias em situação de vulnerabilidade social, entre eles o Educandário Santa Margarida, Lar Vicentino e o Abrigo Mãe da Mata. Os produtos foram organizados e devidamente separados na Central de Abastecimento de Rio Branco (Ceasa). Além de Rio Branco, também serão beneficiados os municípios de Senador Guiomard e Bujari.
“Tenho a certeza de que o governo tem cumprido seu papel de dar assistência e estar presente na vida dessas pessoas que vivem em situação difícil, principalmente agora, quando estamos vivendo uma pandemia e temos a economia prejudicada. Estamos cobrindo abrigos de imigrantes, casas de passagem, abrigos definitivos e famílias carentes cadastradas no Detalhamento do Benefício de Prestação Continuada do município, deste último, são aproximadamente 200 famílias cadastradas, só em Rio Branco”, observa a assistente social e representante da SEASDHM no Acre, Maísa Pinheiro.
Produtora rural há mais de 40 anos, Fátima Maria Maciel, moradora da área de zona rural Baixa Verde, localizada na estrada de Boca do Acre, planta banana, macaxeira e produz derivados do leite. Ela é uma das associadas e beneficiadas pelo programa que há quatro meses tem garantido a venda de sua produção com a ajuda do governo.
Fátima foi uma das produtoras rurais beneficiada com o programa. Foto: Lília Camargo.
“Produzo com a certeza de que vou vender e ainda de que esse alimento vai estar chegando na mesa de famílias carentes que precisam de apoio. Isso é gratificante, nos anima e nos incentiva a continuar investindo na nossa produção. Então eu só tenho a agradecer o governo pela oportunidade, por pensar em nós, agricultores, e a todos os envolvidos nessa causa que não ajuda só a gente, mas muitas famílias carentes que neste momento de pandemia, estão sem condições de garantir o próprio sustento”, disse.