Representantes dos governos do Departamento de Madre de Dios, no Peru, do Acre e do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (Idesam) participaram do simpósio sobre como conseguir desenvolvimento sustentável de baixas emissões de carbono para a Amazônia.
O evento foi realizado na noite de sexta-feira, 5, pelo órgão peruano Conselho Interregional Amazônico (Ciam), no Pavilhão Florestal, um dos locais de atividades paralelas realizadas durante a Conferência Climática das Nações Unidas (COP20) em Lima.
O governador Tião Viana citou atividades desenvolvidas no Acre que são referência na melhoria da qualidade de vida de quem faz bom uso da terra, a exemplo da piscicultura. Florestas plantadas com açaí, a melhoria da renda dos extrativistas que trabalham com castanha e dos seringueiros e famílias que atuam na extração do látex para a fábrica de preservativos Natex também foram citados como bons exemplos de viver na floresta com bom uso da terra e melhor produtividade rural. “Chegar com meios de produção e tecnologia que atinjam igualmente a todos na Amazônia, não é equação fácil”, destacou o governador.
O desafio maior é fazer que haja mais incentivo pela redução do desmatamento. Uma grande quantidade de redução por emissões é gerada pelo Brasil, mas o financiamento não chega na mesma proporção. Por exemplo, entre 2006 e 2012, o país gerou redução de carbono de aproximadamente 4 bilhões de toneladas. Para compensar essa redução o financiamento foi correspondente a apenas 7,5%, apontou o diretor do Idesam, Mariano Cenamo. “Para um governo como o do Acre que investe alto na promoção do desenvolvimento sustentável, um incentivo financeiro maior para manutenção dos programas é essencial”, concluiu.
Ainda como parte da programação, representantes dos governos apresentaram as principais ações e estratégias desenvolvidas localmente e houve momento para perguntas. “Por que todos se interessam pela Amazônia? Porque somos o pulmão do mundo. E queremos que os países desenvolvidos possam nos dar financiamento para conservarmos a floresta”, requereu Jorge Aldazabal, presidente regional de Madre de Dios.
“Há diferentes estratégias para as diferentes áreas da Amazônia”, reforçou Victor Galarreta, secretário executivo do Ciam.