A Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esportes, por meio do Departamento de Esporte e Divisão de Ensino Especial, promove o Campeonato Regional de Bocha. A abertura aconteceu na manhã desta sexta-feira, 13, no Ginásio do Sesi. O evento conta com a participação de atletas de três estados: Acre, Rondônia e Pará.
O campeonato tem a participação de 22 atletas sendo 18 acreanos, e tem como objetivo envolver as pessoas com grau severo de comprometimento motor e/ou múltiplo, desde que tenham o grau de deficiência exigido e comprovado.
Participaram da solenidade de abertura: o chefe do Departamento de Esportes, Junior Santiago, representando o secretário de Educação; o vice-presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, Paulo Brandão; o presidente da Associação Nacional do Desporto para Deficiente (Ande), Arthur Cruz; e a coordenadora do Dom Bosco, Ângela Vittolazzi.
A bocha paralímpica, modalidade praticada por atletas cadeirantes com paralisia cerebral ou tetraplegia, é um esporte praticado por atletas com elevado grau de paralisia cerebral ou deficiência, tanto por homens, quanto por mulheres. É similar ao bocha convencional, ou seja, o jogador tem como objetivo lançar as bolas coloridas o mais perto possível de uma branca (jack ou bolim).
Os atletas com maior grau de comprometimento usam uma calha para impulsionar a bola e os tetraplégicos podem usar uma faixa ou capacete na cabeça com ponteiras, visto que não conseguem movimentar os braços ou pernas. Nesse caso, um auxiliar posiciona a calha na frente do atleta, para que ele empurre a bola pelo aparelho.
“Vamos continuar lutando e incentivando cada vez mais esse esporte para que nós tenhamos o mesmo nível que as outras regiões, e já estamos chegando lá, comparando com o início. Os atletas da Região Norte estão jogando de igual para igual com qualquer outro de outra região e isso é fruto de um trabalho que está sendo desenvolvido não só pela Ande, mas por todos aqui”, comentou Paulo Brandão, presidente da Ande.
É uma modalidade que pode ser jogada por duas pessoas ou por duas equipes formadas por duas, três ou quatro jogadores. Cada equipe, jogador ou dupla tem direito a quatro bolas por partida.
O campeonato regional classifica para o campeonato brasileiro. A bocha está divida em quatro classes funcionais, os dois melhores atletas de cada classe, estarão classificados para o campeonato brasileiro que acontece em novembro, em São Paulo.
“Esse evento é de extrema importância, pois, além de sediarmos, abre uma vaga para a etapa nacional na Confederação Paralímpica Brasileira, em São Paulo. A SEE tem dado toda assistência e o Governo do Estado com apoio e deslocamento também fora do Acre aos nossos atletas”, pontuou Junior Santiago, chefe do Departamento de Esportes.
O atleta Silva de Farias começou a praticar a bocha em 2015, por indicação de um amigo, quando enfrentava uma crise de depressão, após se recuperar de um acidente que o deixou com deficiência, e hoje não quer mais parar.
“Esse esporte abriu as portas para mim, comecei a praticar em quadras de escola e me incentivaram a voltar a estudar e hoje estou cursando educação física. Só tenho a agradecer ao esporte. Já participei e ganhei alguns campeonatos, quero participar dos jogos universitários na Ufac e pretendo participar do campeonato nacional de bocha”, comentou Farias.
A SEE fez recentemente, a aquisição de um micro-ônibus adaptado para os atletas paralímpicos, fruto de emenda parlamentar da senadora Maiza Gomes, e vai transportá-los para as competições.