Educação Profissional dá dicas sobre técnicas a serem adotadas na busca por emprego

Concorrer a uma vaga de emprego, passar por uma entrevista ou um processo seletivo simplificado nem sempre é uma tarefa fácil. Dúvidas se o currículo está bem elaborado, como se comportar durante uma seletiva ou se a empresa entrará em contato costumam ser inevitáveis.

Há 11 anos trabalhando com consultorias em empresas e como professor, mediador e tutor nas áreas de formação em Recursos Humanos (RH), Clebson da Silva é um dos formadores do curso Assistente de Recursos Humanos, do Instituto de Educação Profissional e Tecnológica (Ieptec/Dom Moacyr).

Clebson é formador de três turmas de Técnico em Assistente de Recursos Humanos, no Ieptec Foto: Ascom/Ieptec

“A área de RH evoluiu ao longo dos anos de um modelo de gestão de departamento de pessoal, burocrático, preocupado em gerir a folha de pagamento e contratações, para um modelo de gestão estratégica de pessoas. Se antes envolvia apenas processos administrativos, formais, hoje tem um papel muito importante nas organizações, um papel estratégico”, ressalta Clebson da Silva.

Graduado em Administração com Ênfase em Comércio Exterior, com formação técnica em Recursos Humanos e Segurança no Trabalho, entre outras especializações, Clebson destaca: “Como mediadores, nossa principal preocupação é como envolver o aluno com o conteúdo, como chamar sua atenção” , explica o formador.

O curso Técnico em Assistente de Recursos Humanos do Ieptec consiste, basicamente, em capacitar tecnicamente os alunos quanto à assistência na promoção de treinamentos e capacitações para funcionários, administração de salários e benefícios oferecidos, avaliações de desempenho, planejamento de carreira e otimização do tempo, visando ao desenvolvimento pessoal e profissional, satisfação e saúde no trabalho.

Francineudo Costa acredita que o setor de RH, em geral, teve de passar por algumas adequações Foto: Ascom/Ieptec

Para o presidente do Ieptec, Francineudo Costa, a inovação tecnológica e as novas políticas de inclusão social trouxeram algumas mudanças nesse contexto. “Além de perfis de profissionais de diversos segmentos, o modo de atuação dos setores de RH precisou adequar posturas e estratégias para recrutar os perfis de acordo com a cultura das empresas”, acredita.

Concorrendo a uma vaga de emprego

Geralmente, quem está à procura de emprego acaba passando pela apreciação dos profissionais de RH. É quem, entre outras funções, atua no processo seletivo, aplica testes psicológicos, emite pareceres sobre candidatos, seleciona currículos e entra em contato com os profissionais para procedimentos de admissão.

“Toda empresa tem suas particularidades, porém, no que diz respeito à recrutamento e seleção, existem algumas técnicas que são consideradas as melhores do mercado para auxiliar as empresas durante todo o processo de recrutamento e seleção”, explica o presidente.

Antes da entrevista, um bom currículo é a porta de entrada para o mercado de trabalho Foto: Divulgação

Para tornar maiores as chances de contratação, o candidato à vaga de emprego deve, sumariamente, apresentar um currículo bem elaborado. “O currículo é sua porta de entrada para o mercado de trabalho. O selecionador não o conhece, não sabe quais são suas habilidades e competências profissionais. Ele irá selecionar para a entrevista quem melhor conseguir chamar sua atenção por meio de um currículo pertinente com o que ele está buscando”, explica o mediador.

Ainda, segundo ele, manter a objetividade e descrever de forma correta as suas experiências e carreira profissional são pontos positivos que devem estar dispostos em um currículo.

“Coloque seu nome completo, idade, estado civil e contatos. Quando informar número para recados, deixe a pessoa encarregada de receber recados avisada e preparada para anotar informações importantes. Coloque um e-mail com endereço correto e atualizado. Atenção aos e-mails pessoais que, além de não serem pertinentes para um selecionador, podem não passar credibilidade devido ao uso de palavras inadequadas em sua composição”, explica.

Sobre informar o cargo e área a que pretende se candidatar, ele é enfático na orientação. “Preste atenção nessa informação, pois o objetivo deve estar condizente com a vaga a que está concorrendo. O ideal é colocar apenas um objetivo, caso contrário, o recrutador pode entender que você não sabe o que quer”.

Outra dica importante, de acordo com o formador, diz respeito às habilidades e competências do candidato. “Coloque o que é importante para o cargo, as experiências, habilidades e cursos pertinentes, para que o selecionador se interesse rapidamente por seu currículo”, destaca.

É notório que um dos erros mais frequentes na elaboração de um currículo é inserir as experiências profissionais em ordem cronológica. “Ao colocar o nome das empresas onde trabalhou, cargo e período, organize na ordem do mais recente para o mais antigo. Caso opte por colocar as responsabilidades em cada experiência, seja objetivo e sucinto”, destaca.

Quanto à formação acadêmica, deve constar o nome da instituição de ensino, o curso, a data de início e de conclusão. “Se a vaga a que você concorre exige cursos de outros idiomas, lembre-se que você será testado e deverá comprovar o nível declarado no currículo. O mesmo vale para o nível de conhecimento em informática”, avisa.

A seleção

Depois que os candidatos selecionados forem entrevistados, chega a hora mais crucial, o momento em que os gestores de recursos humanos e líderes precisam decidir qual entre todos os candidatos é o que melhor atende às necessidades da empresa e as exigências da vaga.

A seleção é o momento crucial e depende tanto do currículo como da postura comportamental Foto: Divulgação

É possível que já se tenha ouvido falar de pessoas que foram recrutadas para entrevista mediante um bom currículo, porém não obtiveram êxito devido ao perfil comportamental durante a entrevista. Para evitar esse tipo de transtorno, o formador enumerou dez coisas que não se deve dizer numa entrevista de emprego. São elas:

  1. Problemas com os antigos empregadores;
  2. Detalhes da vida pessoal;
  3. Falar sobre outras entrevistas;
  4. Visão política;
  5. Religião;
  6. Boatos e conversas aleatórias;
  7. Perguntar pelo salário;
  8. Evitar usar a expressão “Não sei”;
  9. Evitar usar a expressão “Não gosto”;
  10. Mentir.

“Em contrapartida, deve-se estar ciente que, numa entrevista, a preparação começa pelo currículo. Demonstre autoconfiança, isso faz diferença. Comporte-se tendo consciência de que a primeira impressão importa e use a linguagem corporal a seu favor”, diz Clebson.

Durante a entrevista, ele orienta a estruturar a conversa dividindo a carreira em etapas, com informações sobre a empresa e o cargo e, claro, dominando as respostas para as perguntas mais frequentes, sem deixar de estar preparado para as mais difíceis.

Ainda, segundo ele, se for necessário, o candidato deve focar em solucionar os problemas apresentados pelo recrutador e provar competências a partir de ações e resultados, utilizando o método Star (Situação, tarefa, ação, resultado), técnica que reúne informações relevantes sobre uma experiência positiva passada que pode ser aplicada no desempenho futuro, caso seja contratado.

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