Dom Porquito investe em maquinário especial para ser manuseado por mulheres

Rosalina é agora uma mulher contratada e faz planos com o primeiro emprego formal (Foto: Angela Peres/Secom)
Rosalina é agora uma mulher contratada e faz planos com o primeiro emprego formal (Foto: Angela Peres/Secom)

Brasileia se prepara para a inauguração, na segunda-feira, 30, do frigorífico de suínos da empresa Dom Porquito. Com investimento de R$ 55 milhões, o empreendimento foi pensado para ampliar a oferta de empregos na região do Alto Acre, onde a maioria dos candidatos a postos de trabalho são mulheres.

Por conta desse detalhe, o maquinário do frigorífico adquirido no Brasil, na Alemanha e na Espanha, teve que passar por adaptações que facilitassem o manuseio feminino.

Nesse sentido, a Dom Porquito buscou alternativas para a manipulação das máquinas, investindo em equipamentos de alta tecnologia.

Resultado disso é o reconhecimento do frigorífico como o mais moderno do país pela Associação Brasileira de Suinocultura.

“Foram muitas viagens a empreendimentos de vários estados do Brasil e de outros países até chegarmos a esse modelo. A planta teve muitas modificações para que tivéssemos aqui uma estrutura que tornasse o Alto Acre referência tecnológica”, comenta Paulo Santoyo, diretor-presidente da empresa.

Menos peso, mais praticidade

A tecnologia permite que haja o mínimo de esforço físico (Foto: Angela Peres/Secom)
Tecnologia permite o mínimo de esforço físico (Foto: Angela Peres/Secom)

Paulo explica que a ideia do projeto é garantir que as mulheres façam o mínimo de esforço físico possível. “Não comprometer a estrutura ergonométrica da mulher foi nosso objetivo”, diz.

Os equipamentos são autorreguláveis em altura e posicionamento. Dessa forma, o maior peso que se pode levantar é o equivalente a quatro quilos e nos esforços repetitivos não podem ser levantados mais que 50 gramas. Também há investimentos em automação e máquinas a laser.

Agarrando a oportunidade

Roselina Costa é uma das primeiras contempladas pelas vagas de emprego no frigorífico. Aos 30 anos de idade, conta que pela primeira vez terá a carteira assinada e direitos assegurados.

Agora poderá ajudar o marido nas despesas da família e planeja investir na construção de uma casa nova e no futuro do filho, de 12 anos.

“Eu trabalhava como doméstica e ganhava 300 reais. Com esse valor a gente não faz praticamente nada. Me sinto uma mulher realizada com meu primeiro emprego de verdade, numa empresa que dá oportunidade, principalmente para nós, mulheres, que por muito tempo fomos excluídas”, declarou.

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