Dom Bosco realiza projeto de seletividade alimentar com crianças autistas

É comum que crianças autistas apresentem o Transtorno de Processamento Sensorial (TPS). Basicamente é uma certa desordem no desenvolvimento das habilidades sensoriais (seja a audição, olfato, tato, visão ou paladar), fazendo com que a criança desenvolva uma hipersensibilidade ou hipossensibilidade.

Essa hiper ou hipossensibilidade pode resultar na seletividade alimentar, onde a criança passa a recusar determinados alimentos e ter preferencia por outros. Na maioria das vezes a criança sente a rejeição ao tocar o alimento, e não gostando do toque, ela se recusa a comer.

Para contornar a seletividade alimentar e diminuir a rejeição das crianças com os alimentos, o Centro e Reabilitação Infanto-juvenil Dom Bosco, em parceria com o curso de nutrição da Universidade Federal do Acre (UFAC), desenvolve um projeto de Seletividade Alimentar para as crianças autistas.

Oficinas de seleção alimentar acontecem duas vezes por semana (foto: Júnior Aguiar)

“Junto com a terapia ocupacional trabalhamos a seletividade alimentar com o trabalho sensorial, já que as crianças, muitas vezes, têm mais dificuldade em pegar o alimento do que comer”, afirma Kássia Fontes, nutricionista do Dom Bosco.

O projeto conta com a estimulação por meio da percepção visual, cores e gostos para poder incentivar as crianças a gostar de alguns alimentos, que em geral, elas têm rejeição.

“Quando uma criança apresenta esse distúrbio, ela tem problemas no desenvolvimento de atividades diárias, como ir à escola, e principalmente com a alimentação. Com o projeto, pretendemos reduzir ao máximo essa rejeição, fazendo com que a criança se alimente bem e desenvolva suas atividades da melhor firma possível”, diz a terapeuta ocupacional do Dom Bosco, Ruth Bezerra.

O projeto foi implantado há dois meses e conta com o auxílio de estudantes da UFAC. Marlete Lopes, acadêmica do 9º período do curso de nutrição, fala sobre as ações com as crianças. “Toda terça e quarta-feira estamos aqui e a cada oficina trazemos um diferencial para que não seja cansativa para as crianças”.

O melhor é já presenciar as mudanças e progressos que as crianças estão tendo nesse tempo de oficina duas vezes por semana.

“Várias crianças que tinham aversão a alguns alimentos passaram a ter contato dentro das oficinas e hoje consomem normalmente esses alimentos que antes eram rejeitados. Essa rejeição muitas vezes é pelo cheiro e pela textura. Tem sido um progresso muito bacana”, explica Ruth Bezerra.

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