Doação de órgãos: Acre caminha para zerar fila de transplante de córneas

Em 2009, foi realizado primeiro transplante de córnea no Acre, autorizado pelo Ministério da Saúde (Foto: Luciano Pontes/Secom)
Em 2009, foi realizado primeiro transplante de córnea no Acre, autorizado pelo Ministério da Saúde (Foto: Luciano Pontes/Secom)

A doação de órgãos é um dos temas mais discutidos na rede pública de saúde no Brasil, por se tratar de algo que não diz respeito apenas à decisão do doador, mas também ao consentimento familiar. No Acre houve um avanço na área, como o fim das filas reprimidas de espera por doação de córneas. Ainda assim, existem pacientes na fila de transplante de fígado e rins. Nesse sentido, o governo, por meio de campanhas publicitárias e palestras nas escolas tem a preocupação de que as pessoas despertem para o assunto e vejam como a doação de órgãos pode salvar vidas.

Em 2009, foi realizado o primeiro transplante de córnea no estado, e em 2012, apenas os estados do Acre, Distrito Federal, Espírito Santo, Paraná, Rio Grande do Norte e São Paulo, eliminaram a fila de espera pelo órgão, segundo dados do Ministério da Saúde. No momento, três pacientes aguardam o transplante de córnea, ao passo que no Brasil pelo menos seis mil pessoas estão na espera pelo procedimento. Já na fila de fígado, 10 pacientes ainda esperam doações e 14 devem ser submetidos ao transplante de fígado.

O processo de doação envolve um aparato técnico, logístico e, principalmente, psicológico, tanto com a família do doador quanto do receptor. O sistema de transplantes é nacional e gerenciado em Brasília. Ele mantém em um cadastro único todos os pacientes da fila de espera e aciona as centrais dos estados quando surge alguém apto a ser doador e que seja compatível com o receptor.

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Praticamente todos os casos de morte encefálica em Rio Branco são identificados, o que posiciona o Acre em segundo lugar no ranking nacional de protocolos abertos por milhão de habitante. De acordo com as informações, cerca de 100 óbitos são notificados por mês.

Como se identifica um doador?

A vida nova de Rodrigo, paciente que recebeu doação de córnea

Rodrigo Almeida está recuperando a visão aos poucos, depois do transplante de córnea, recebida de um doador (Foto: Diego Gurgel/Secom)
Rodrigo Almeida está recuperando a visão aos poucos, depois do transplante de córnea recebida de um doador (Foto: Diego Gurgel/Secom)

Na Vila Albert Sampaio, localizada no km 12 da BR-364, Rodrigo Almeida vive com a família. Há três anos, o jovem perdeu a visão em consequência do uso de uma lente colorida. Depois de abrir mão dos estudos e da companhia dos amigos, ele conta que perdeu a vontade de viver. “Eu pensava em morrer, para mim nada mais fazia sentido, só passava coisa ruim na minha cabeça”, admitiu.

A mãe de Rodrigo lembra a situação vivida pela família. “Foram dias muito difíceis, mas eu sempre acreditei que meu filho venceria.” A solução para o problema do rapaz foi o transplante de córnea, realizado em janeiro deste ano. “Seria muito bom que todo mundo entendesse a importância de doar órgãos, porque eu vivi na pele isso acompanhando o sofrimento do meu filho. Só quem passa por uma situação assim sabe que a doação é um ato que salva vidas mesmo”, completa a mãe.

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