Dia Nacional da Cardiopatia Congênita: Saúde conscientiza sobre os sintomas e a importância do diagnóstico

Neste dia 12 de junho é comemorado o Dia dos Namorados. A data especial pretende abordar o amor, quando casais compartilham presentes e trocam declarações, mas o que a maioria das pessoas não sabe é que neste dia é celebrado também, o Dia de Conscientização à Cardiopatia Congênita, que diz respeito a qualquer anormalidade na estrutura ou função do coração, comum no surgimento das primeiras oito semanas de gestação, quando ocorre a formação do coração do bebê.

No Brasil nascem aproximadamente 29 mil crianças por ano com alguma anormalidade no sistema cardiovascular, e cerca de 6% delas morrem antes de alcançar o primeiro ano de vida, conforme dados de 2017 da Sociedade Brasileira de Cardiologia.

As cardiopatias congênitas podem ser leves ou graves, e também podem aparecer com sintomas no nascimento, durante a infância ou já na fase adulta, por vezes são apresentadas como insuficiência circulatória e respiratória na fase infantil, proveniente da má-formação na estrutura do aparelho cardiocirculatório, e isso pode atrapalhar a qualidade de vida no processo do desenvolvimento da criança.

Rigleiangela e Rafael, de apenas 6 meses. Foto: Danna Anute

Os principais sintomas da doença que atinge o coração de inúmeros bebês e crianças são, respectivamente, cansaço entre as sequencias de amamentação, fadiga, dificuldade de respirar, alteração da cor da pele, ocorre quando a boca da criança e as mãos mudam de coloração ficando azulada, essa condição caracteriza uma possível insuficiência cardíaca.

Na fase de gestação e também depois do nascimento do bebê há exames que podem identificar possíveis irregularidades em seu desenvolvimento, por meio do ecocardiograma.

“Com 7 meses de gestação fui diagnosticada com diabetes, nesse tempo descobri uma anemia, e por isso fiquei internada um mês na maternidade de Rio Branco. Nesse período os profissionais de saúde tentavam reduz minha glicemia, mas não foi possível, então meu filho nasceu prematuro, o Rafael foi direto pra UTI, porque tinha problemas respiratórios. O médico que me acompanhou desde a minha internação foi o Ricardo Ribeira, e então ele mostrou o diagnóstico do Rafael, a hipertrofia, então, depois disso comecei a pesquisar todos os nomes estranhos, quis saber o que era a doença, no começo senti medo, mas descobri que esse problema pode ser curado sem precisar de cirurgia, conforme o desenvolvimento do meu filho”, relatou Rigleiangela Nogueira, mãe de Rafael.

Atendimento ambulatorial em cardiologia pediátrica. Foto: Danna Anute

Algumas gestantes tem complicações na gravidez devido a doenças ou infecções, a anemia, diabetes, eclampsia e toxoplasmose são algumas, e podem repercutir negativamente no processo de formação do feto.

Roselane Alvez Oliveira, residente em Epitaciolândia, vem a Rio Branco para acompanhar o tratamento do filho, João Miguel de Oliveira Andrade, com 6 anos de idade.

João aguardando para ser atendido pela cardiologista pediátrica, Melissa Chaves. Foto: Danna Anute

“Durante a noite, o João acorda na madrugada dizendo que está sem fôlego, com a respiração ofegante, então fiquei preocupada e resolvi consultar um especialista, pois minha gravidez teve complicações, tive eclampsia e meu filho nasceu prematuro, com 1 quilo, ainda ficou internado 2 meses. Hoje, ele tem 6 anos e foi diagnosticado com autismo recentemente, às vezes venho para Rio Branco para consultar com a neuropediatra, e por já ter esse histórico, busquei ajuda médica da cardiologista por suspeitar de algum problema no coração, pois meu filho já acordou várias vezes com dificuldade de respirar, e fiquei mais alerta quando as professoras falaram que João era o primeiro a se cansar nas brincadeiras”, relata a mãe.

Serviço

Em Rio Branco, na Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre) os cardiologistas pediatras já atenderam 217 crianças entre janeiro e maio deste ano. O número não condiz com a realidade de dados anteriores, pois no atual cenário, os atendimentos foram reduzidos devido aos protocolos de segurança para o estabelecimento da saúde e a não proliferação da infecção por Covid-19.

Realização do ecocardiograma com os médicos cardiologistas pediatras, Melissa Chaves e Ricardo Ribera. Foto: Danna Anute

“O exame é salvador de vidas, pois permite que as más-formações cardíacas sejam visualizadas ainda durante o período da gravidez. Isso possibilita que o bebê nasça em local com infraestrutura adequada. O exame é seguro, livre de radiação e todo bebê merece ter a chance do diagnóstico de cardiopatia congênita, pois é a principal ferramenta de proteção às crianças cardiopatas”,  declarou a médica cardiologista Melissa Chaves, que atua há 12 anos no hospital.

A Fundhacre é a instituição responsável pelos acompanhamentos das doenças cardiovasculares e possui no serviço ambulatorial a especialidade de cardiologia, dentre elas a cardiologia pediatra, que tem exercido um papel importante no diagnóstico e tratamento de crianças com problemas no coração, por meio da realização do ecocardiograma.

Presidente da Fundação Hospital Estadual do Acre, João Paulo Silva. Foto: Danna Anute

“A Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), juntamente com a Fundhacre tem buscado promover ações de conscientização e definir políticas públicas para melhor atender a população acreana, tendo em vista, a prestação da assistência médica, atenção e o cuidado para com os pacientes”, destacou o presidente da Fundhacre, João Paulo Silva.

 

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