O pontapé inicial foi dado em 2008, quando a Força-Tarefa dos Governadores para o Clima e Florestas (GCF) foi criada em um encontro na Califórnia, nos Estados Unidos. Desde então, muitos passos foram planejados e consolidados, tendo como principal baliza a inclusão social diante de um compromisso de desenvolvimento com baixa emissão de carbono. O Acre é um dos estados que integra a colaboração, que reúne 26 estados de sete países. Em 2015, a sede do encontro realizado esta semana é Barcelona, na Espanha.
O estado de Chico Mendes, conhecido por sua atuação na área ambiental, além de ser um dos membros-fundadores, foi o anfitrião no ano passado e se tornou um dos porta-vozes para um importante instrumento, a Declaração de Rio Branco, que fortalece a atuação do GCF frente às mudanças do clima.
O documento foi aprovado pelos membros com o propósito de estabelecer um pacto entre os estados subnacionais e garantir a regulação do clima, com um desenvolvimento baseado nas boas práticas sustentáveis e de bem-estar social. Uma das tarefas do governador do Acre, Tião Viana, é liderar o movimento de adesão de outros estados na implantação do tratado.
Além da Declaração, o objetivo da reunião do GCF deste ano é ampliar o número de membros que assinaram o Memorando de Entendimento (MOU) Under 2, ação mais detalhada para atingir as metas de uma política ambiental mais ousada. O Acre apresentará sua proposta no final de julho.
“Com a assinatura da Declaração, o Acre se posiciona como uma liderança global na conservação das florestas e ações produtivas com boas práticas sustentáveis. Agora, com a assinatura do MOU, vamos garantir a efetividade de ações para enfrentar as mudanças do clima, baseados numa política de redução do desmatamento com desenvolvimento de cadeias produtivas florestais e agropecuárias e incentivo aos serviços ambientais”, ressalta Magaly Medeiros, diretora-presidente do Instituto de Mudanças Climáticas e Regulação dos Serviços Ambientais do Acre (IMC).
Alinhar as estratégias e ampliar o número de membros no GCF nesses dois documentos é o foco para preparar a conferência ambiental COP 21, que será realizada em dezembro na França.
Os gestores de regiões de florestas tropicais mostram que estão devidamente envolvidos com a manutenção da floresta, que está muito além do carbono. O grande desafio é tê-la como moradia, respeitando sua característica ambiental e social, numa economia inclusiva e sustentável.