Cruzeiro do Sul registra redução em casos de homicídios de mulheres

Carla Ívane diz que mulheres não tinham coragem de denunciar os seus agressores (Foto: Flaviano Schneider)
Carla Ívane diz que antes mulheres não tinham coragem de denunciar os seus agressores (Foto: Flaviano Schneider)

Nos últimos quatro anos houve uma significativa mudança no panorama relacionado à violência contra a mulher em Cruzeiro do Sul: por um lado houve o aumento das denúncias e inquéritos policiais instaurados por violência doméstica e, por outro lado, houve diminuição de homicídios e tentativas de homicídio. Em 2010, foram registrados oito homicídios e 13 tentativas; já em 2014 houve dois homicídios e cinco tentativas. Em 2010, a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher e ao Menor (Deam) instaurou 178 inquéritos policiais; em 2014 foram 600 inquéritos.

Ainda em 2014, foram feitas mais de 80 prisões seja em flagrante por violência doméstica ou descumprimento das medidas protetivas à mulher.

Para a delegada Carla Ívane de Brito, responsável pela DEAM, o aumento de inquéritos instaurados não significa que houve aumento de violência, mas, sim, que havia uma demanda reprimida. “As mulheres não tinham coragem de denunciar os seus agressores. Hoje estão procurando seus direitos, pelas medidas protetivas da Lei Maria da Penha e isto, reflete na diminuição dos crimes de maior repercussão”, explica.

Segundo a delegada, esta mudança de postura das mulheres tem a ver com o aumento da conscientização individual das pessoas e do trabalho feito ao longo dos anos pela Rede Reviver, que é formada por uma série de entidades envolvidas com a temática como o Ministério Público Estadual, a própria DEAM, o Centro de Referência Vitória Régia, o Centro de Referência Especializado na Assistência Social (Creas), o Conselho Tutelar, entre outras.

Perfil

Carla Ívane explica que não há um perfil definido para o agressor. Ele surge em todos os estratos socioeconômicos.   No entanto, destaca um fato interessante: “A diferença é que entre as classes menos favorecidas as mulheres tem mais coragem; não ficam com vergonha e procuram ajuda com mais facilidade que as mulheres de classes mais abastadas”, conclui.

 

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