Cruzeiro do Sul cria estratégia para enfrentar a Influenza A (H1N1)

Secretário de Saúde tranquiliza e orienta a população sobre como evitar as formas de contágio da doença 

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Objetivo é criar um serviço de referência para os pacientes portadores do vírus da gripe (Onofre Brito/Secom)

As secretarias de Saúde estadual e municipal e o 61º BIS formalizaram parceria para enfrentar a disseminação do vírus H1N1, causador da gripe A (inicialmente denominada gripe suína), no vale do Juruá. Em reunião ontem à noite envolvendo os três parceiros foram repassadas aos profissionais de saúde do vale do Juruá as informações a respeito de como manejar os pacientes com síndrome respiratória aguda grave, sejam quadros de gripes comuns ou gripe A (H1N1).

O objetivo é criar um serviço de referência para os pacientes portadores de síndrome gripal ficando o Hospital do Juruá como referência para os casos que precisem de cuidados mais complexos. A médica infectologista Suiane Negreiros confirma: ”O que a gente está querendo enfatizar para o atendimento são as doenças respiratórias agudas graves que podem ser causados pelo vírus da influenza H2N1 ou não e que estes pacientes tenham prioridade no atendimento”.

Para o secretário de Estado de Saúde, Osvaldo Leal, o foco da secretaria de Saúde no momento é o monitoramento das gripes complicadas e a identificação de surtos. Por isso busca a organização da rede básica de assistência junto com todas as secretarias municipais, para oferecer a primeira orientação ficando o  Hospital do Juruá destinado aos casos mais complicados.

Osvaldo Leal  que está hoje dando entrevistas a praticamente todos os órgãos de comunicação de Cruzeiro do Sul informando sobre os cuidados com a nova gripe – ressalta a importância do engajamento dos profissionais de saúde, não apenas no sentido de cuidar das pessoas, mas principalmente manter a calma necessária para lidar com a população. Para ele, a imprensa tem um grande peso ao divulgar corretamente as informações disponíveis. Ele recomenda "voltar à motivação antiga, como a gente cuidava da gripe, mantinha os talheres e copos isolados. Então reviver e reaver esses hábitos que tem a ver com todos os quadros de gripe e não apenas quadros do H1N1".

Confira aqui a Nota Técnica elaborada pela Secretaria de Saúde sobre a H1N1 (Influenza A)

Alarde

Segundo secretário é preciso tranqüilizar a população em relação a esta questão: "Estamos tratando de um vírus novo que provoca gripe e em nenhum lugar por onde ele passou demonstrou maior letalidade que a gripe sazonal (gripe comum). A maioria absoluta das pessoas, 99,5%, que adquiriram este vírus tem uma evolução rápida e tranquila, sem nenhuma complicação. O que temos que observar são os casos de gripe que complicam".

Ele informa que o caso de suspeita de vítima fatal em Cruzeiro do Sul causado pela nova gripe ainda não está confirmado – só se saberá o resultado do exame no início da semana que vem – mas, mesmo que seja confirmado, não há nenhum indicativo concreto de que o vírus esteja circulando livremente no Acre, inclusive Cruzeiro do Sul. Até agora foram confirmados nove casos no Estado. "São casos de pessoas que vieram de outros estados e outros países. Nós não temos confirmação de nenhum caso de cidadão acreano que não tenha saído do estado ou não tenha mantido contato com infectados. Mas pela quantidade de pessoas que têm chegado ao Estado, seja de acrianos que viajaram e estão de volta ou de visitantes, com sintomas de gripe, tudo isto pode disseminar o vírus e em algum momento ele pode circular e por isto estamos preparando nossa rede, cuidando de todas as pessoas que apresentarem sintomas de gripe e não apenas quadros de H1N1" – disse.

O calor é aliado

Osvaldo Leal conta que na última semana o número de óbitos no Brasil causados pela gripe diminuiu e isso pode ser um indicativo de que ela esteja perdendo força na região Sudeste e no Sul – embora ressalve que o fato também tem a ver com as temperaturas baixas, pois com o frio as pessoas se aglomeram mais e ficam mais em locais fechados. "No frio – explica – o vírus se mantém fora do organismo mais tempo, o que não é a realidade no Norte e no Nordeste. Por isso, além da organização da nossa vigilância que tem dado uma boa resposta na entrada do vírus, a temperatura mais elevada também dificulta o vírus de permanecer vivo fora dos organismos".


 

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