O comandante do Corpo de Bombeiros Militar (CBM) em Cruzeiro do Sul, tenente-coronel Marcelo Araújo, fez hoje a apresentação do relatório das operações da inundação do Rio Juruá, durante encontro que contou com a presença do prefeito Ilderlei Cordeiro e do senador Jorge Viana, além de representantes de várias secretarias municiais e estaduais e outras entidades que participaram do atendimento aos desabrigados.
Segundo o documento, o Rio Juruá atingiu a cota máxima no dia 2 de fevereiro, com 14,24 metros, a maior já registrada na história. Como consequência, nove bairros, uma vila e oito comunidades foram atingidos, fazendo com que 3.796 famílias tivessem que sair de suas residências.
No mês de janeiro foi registrado o maior índice histórico de precipitação pluviométrica na região, com 411,6 milímetros, dos quais 135 registrados só no dia 5 de janeiro, na Serra do Moa.
No total, a Serra do Moa registrou 667 milímetros em janeiro, o que contribuiu para aumentar a alagação no Rio Juruá e ainda provocou a interrupção do trânsito de veículos na AC-407, invadida num trecho de 300 metros pelas águas do Rio Moa, importante afluente do Rio Juruá.
Segundo o comandante Araújo, o alagamento só não foi de maior monta porque nas cabeceiras do Rio Juruá a chuva não foi tão intensa quando nas cabeceiras de afluentes como o Rio Juruá-Mirim, Rio Paraná dos Mouras, Rio Valparaíso e Rio Moa.
Do atendimento aos desabrigados participaram diretamente 425 pessoas, que atuaram em conjunto com a prefeitura municipal, o governo estadual e o governo federal, além de entidades da sociedade civil.
A união faz a força
O prefeito Ilderlei Cordeiro destacou o desafio encontrado em seu primeiro mês de mandato e elogiou a união entre as três esferas de governo no atendimento aos desabrigados.
O senador Jorge Viana, junto com a bancada federal, batalhou para a vinda imediata do ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, que resultou na homologação do decreto de emergência e no envio pelo governo federal de quase R$ 900 mil em kits de alimentação, limpeza e saúde.
O senador colocou seu mandato à disposição. Ele vai passar alguns dias na região visitando as regiões afetadas e chamou a atenção de que agora começa o período mais crítico, que é a volta das famílias. Para ele, os ribeirinhos da zona rural agora devem ser alvo de toda a atenção, pelos prejuízos que tiveram.
Viana lembrou que Cruzeiro do Sul teve 2 mil casos de malária registrados em dezembro do ano passado e 1.600 em janeiro, quadro que pode piorar em razão da enchente e que vai exigir um cuidado especial.
