Em cada casa e terreno ao longo do Complexo de Floresta do Rio Gregório, três pedaços de madeira formam uma trave, um gol no qual por horas crianças, adolescentes e adultos garantem a diversão do dia.
O espirito esportivo das comunidades se espalhou durante a final estadual da segunda edição do Copão da Floresta, entre a Ponte Preta do Acuraua e Barcelona da Floresta Antimary, de Sena Madureira, no sábado, 19, no estádio Nabor Júnior, em Tarauacá.
Em partida disputada mesmo com chuva, as duas equipes finalizaram um trabalho de dois meses nas florestas estaduais, no qual a socialização e confraternização entre os moradores era o objetivo principal.
O arbitro Adriano Silva, com mais de 10 anos de experiência, comentou o respeito que os times tiveram: “Os caras são muito educados, não tem nem comparação com os jogadores da cidade”.
O campeão foi o time do Acuaraua, vencendo a partida por 3 a 1, mas o encontro entre moradores de zonas tão distantes das cidades – alguns diziam até que nunca tinham saído de sua comunidade – foi o grande vencedor.
“Foi uma alegria muito grande no Antimary, quando souberam que iam fazer a final em outra cidade, em um estádio. Depois da final lá, os dois times se juntaram e promoveram um churrasco para todos”, relata Telma Chaves, diretora de projetos da Secretária de Meio Ambiente do Estado, pasta que organizou o Copão.
O final da partida, os abraços e agradecimentos emocionaram o Raimundo de Souza, professor e treinador da equipe da Ponte Preta: “Nos jogos eu vi o coração desses jovens. O futebol muda muito o carater de uma pessoas. Hoje estamos aqui respeitando cada amigo e jogador, nós queremos vencer, mas com carinho e sem brigas.”
Ao todo foram 69 times, 58 masculinos e 11 femininos, e quase seis mil pessoas mobilizadas no Complexo de Floresta, em Tarauacá, e na Floresta do Antimary, em Sena Madureira.
O campeonato foi promovido pelo governo do Estado, com apoio da prefeitura de Tarauacá e recursos do projeto REDD for Early Mover (REM), do banco alemão KfW.