Estamos a menos de dois meses para a abertura da Copa do Mundo. O maior evento futebolístico do planeta irá ganhar os estádios daquele que é considerado o país do futebol. Mas mais que um evento esportivo, a Copa do Mundo será uma oportunidade única de mostrarmos a milhões de visitantes, das mais diversas nacionalidades, nossa hospitalidade, cultura, gastronomia, artesanato, belezas naturais e tudo mais que está relacionado ao turismo.
O Conselho Mundial de Viagens e Turismo (The World Travel & Tourism Council – WTTC), entidade que reúne os maiores empresários de turismo no mundo, apresentou estudo anual realizado em parceria com a Universidade de Oxford, o qual revela que o impacto do turismo na economia do Brasil deverá alcançar 9,5% do PIB (R$ 466,6 bilhões), um crescimento de 5,2% em relação ao ano passado, que foi de 9,2% do PIB (R$ 443,7 bilhões), número superior à média mundial, de 2,5%.
O estudo aponta ainda que deverão ser gerados 8,9 milhões de empregos diretos e indiretos, um crescimento de 4,5% em relação a 2013, quando o segmento foi responsável por 8,5 milhões de postos de trabalho.
Esse impacto na cadeia produtiva do turismo, que envolve aproximadamente 52 atividades, não se resumirá às cidades-sedes da Copa.
No Acre, porta de entrada do Pacífico para o Brasil, as expectativas são enormes. Nossa integração com países andinos pela Interoceânica, conquistada com muito esforço pelo governo acreano com apoio do ex-presidente Lula, permite-nos a conexão também com Equador e Colômbia, este o 2º país com maior número de vendas de ingressos para a Copa, se deixarmos de fora a torcida brasileira.
Dos mais de 60 mil colombianos que devem aportar no Brasil, uma boa parcela chegará aos estádios brasileiros via Acre e os preparativos já estão sendo providenciados.
Na semana passada recebemos uma das duas equipes que compõem a “Expedición Brazil”, série se reportagens elaboradas para o jornal em cadeia nacional da maior rede de televisão colombiana, a RCN.
Os jornalistas, que irão de carro de Bogotá até o Rio de Janeiro, cidade-sede da final do mundial, ficaram quatro dias no Acre elaborando matérias sobre nossas potencialidades turísticas. As reportagens darão subsídio a outra equipe, que chega no sábado ao estado e que fará as entradas ao vivo no jornal de rede da emissora.
A Expedición Brazil tem como objetivo traçar um mapa, um guia, para que nossos vizinhos possam saber o que vão encontrar no caminho rumo aos jogos e o que podem explorar na sua viagem ao Brasil.
A entrada da expedição colombiana pelo Acre não é fruto do acaso, ela foi construída a muitas mãos e é fruto de intensa articulação. Ela teve no apoio financeiro do governo do Estado, por meio da Secretaria de Turismo e Lazer (Setul), a contrapartida necessária para que o Acre fosse a rota de entrada escolhida pela emissora. Desta forma, possibilitamos a captação de turistas que irão deixar no comércio local parte dos recursos disponibilizados para a viagem, aquecendo assim a cadeia produtiva do turismo acreano.
O Acre não venceu a disputa para se tornar cidade-sede da Copa do Mundo, como tanto queríamos e nos empenhamos quando disputamos com outros estados brasileiros a possibilidade, mas nem por isso desistimos de potencializar o estado para obtermos dividendos com o evento de repercussão global.
O governo fez o seu papel viabilizando que os impactos positivos do turismo também chegassem até aqui. Isso demostra que o poder público está procurando desempenhar sua função de fomentar o turismo. Cabe agora a nós, acreanos, mostrarmos aos turistas, colombianos ou não, que somos um povo hospitaleiro e nos orgulhamos disso.
Com isso faremos um gol de placa, porque a Copa também é aqui!
Rachel Moreira é jornalista, advogada e titular da Secretaria de Estado de Turismo e Lazer do Acre