“O bom da cooperativa é que o que ela ganha é dividido em fatias iguais. Os membros estão sempre brigando por melhorias para todos”. José Menezes, produtor na comunidade Paraná do Pentecostes, Mâncio Lima, dá o recado para quem quer entender o papel da Central de Cooperativas do Juruá.
Em 2011 a Secretaria de Desenvolvimento Florestal, da Indústria, do Comércio e dos Serviços Sustentáveis (Sedens) gerou um processo de diálogo entre as três maiores cooperativas da região, que resultou na criação da Central de Cooperativas. A Camprucsul, a Cooperfarinha, de Cruzeiro do Sul, e a Coopersonhos, de Marechal Thaumaturgo, centralizadas, ajudam agora a organizar a produção rural.
O presidente da Cooperfarinha, Germano Gomes, mostra como anda a economia de sua cooperativa: “Só este ano, para merenda escolar, vendemos dez toneladas de farinha”. Seu amigo, Antônio da Conceição, presidente da Camprucsul, complementa a merenda das escolas: “Nós fornecemos abóbora, melancia, pimenta de cheiro, ovos, frango e até coloral. A Coopersonhos fornece o feijão”. Basicamente, as cooperativas compram os produtos do agricultor e encaminham para o mercado, no caso da farinha elas fazem o empacotamento para a venda.
“Antigamente chegaram dias em que a farinha chegou a R$ 25,00 a saca de 30 quilos. Hoje temos a saca chegando a R$170,00”, diz Germano, começando a explicar os benefícios da organização. “O antigo presidente da Camprucsul, Ramundo Galsar, lutou sozinho por 30 anos para reformar esse prédio. Agora que juntamos as três cooperativas, olha o resultado disso”, continua Germano, apontando para o prédio recém-reformado e equipado com a empacotadeira de farinha – equipamento fornecido pela Sedens.
Desenvolvimento local
A Central de Cooperativas atinge em média 300 produtores do Vale do Juruá. Sua criação faz parte de um plano de ação do governo do Estado para o desenvolvimento do produtor rural acreano. Além dos investimentos feitos na qualidade dos produtos, mecanização e fertilização do solo. O Estado procura oferecer mecanismos para o produtor se estruturar e gerenciar sua produção, por meio das cooperativas.
“Os trabalhadores descobriram que se unir e se manter organizado é muito mais fácil. Onde tem um grupo organizado o governo está estendendo a mão, e assim vamos trabalhando e incentivando as cooperativas no estado”, destaca Edvaldo Magalhães, titular da Sedens.
O governo já investiu quase R$ 10 milhões em apoio às atividades produtivas desenvolvidas pelas cooperativas. Mais de 20 organizações de diversos segmentos, como: movelaria, construção naval, piscicultura, produtos agrícolas e extrativistas foram contemplados com recursos para compra de equipamentos ou capital de giro.