Cooperativas e associações com mais dinheiro para capital de giro

Parceria entre Governo do Acre e Banco da Amazônia investe diretamente nas organizações e garante fortalecimento da agricultura familiar em todo o Estado

castanha_foto_sergio_vale_07.jpg

Produção da castanha será um dos setores beneficiados com o recurso. (Foto Sergio Vale / Secom)

Um grupo de cooperativas e associações de produtores rurais de vários municípios do Acre recebeu nesta quarta-feira, 21, R$ 4 milhões em créditos de capital de giro para fortalecimento das cadeias produtivas e agricultura familiar. As cooperativas Bom Destino – PDS Nova Bonal, Cooperquinari, Cooperacre, Coopel, Coopefloresta, Cooperfarinha e Associação de Produtores de Borracha de Rio Branco receberam pela primeira vez recursos do Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf), financiado pelo Governo Federal através do Ministério do Desenvolvimento Agrário, que irão atender pelo menos 2 mil famílias em todo Estado através do Banco da Amazônia.

A cerimônia de assinatura dos contratos foi realizada na sede da Cooperacre, em Rio Branco, com a presença do governador em exercício, César Messias, e do superintendente do Banco da Amazônia, Marivaldo Melo, entre secretários de Estado e representantes das organizações beneficiadas.

"Cada vez mais tenho certeza de que as cooperativas, associações e a agroindústria como um todo estão sendo fortalecidas pelo nosso trabalho", disse o governador.  Os juros são de 4% com 12 meses de prazo para amortização. O contrato pode ser renovado no momento  da quitação.

castanha_foto_sergio_vale_03.jpg

Representantes das cooperativas e associações que receberam o repasse (Foto: Sergio Vale / Secom)

O ato está inserido no Pacto Agrário, compromisso institucional para ampliar os investimentos no meio rural do Acre, elevando a produção agropecuária e a qualidade de vida dos trabalhadores. A parceria entre Governo do Estado e Banco da Amazônia permitiu a redução de 80% nos teores de acidez do leite produzido no Vale do Acre. A Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof) detectou que o modo de tratar a mastite e o manuseio do leite provocaram elevação na acidez do leite, o que acabava descartando o produto. "Em 60 dias o foco foi identificado e controlado", disse o presidente da Coopel, a maior organização de produtores de leite do Vale do Acre, Ezequiel Rodrigues de Oliveira.

O capital de giro creditado pelo Banco da Amazônia possibilita à Coopel atender a 250 famílias que têm no comércio do leite importante renda.  A Coopel beneficia o leite e produz queijo mussarela. Na usina de Rio Branco são processados diariamente 13,5 mil litros.

De seu lado, a Cooperacre tomou o maior volume de recursos – R$ 2 milhões – para compra de castanha. O dinheiro contribui de modo decisivo para o fim da figura do atravessador. Ao comprar diretamente do produtor, a Cooperacre paga melhor preço e fortalece a cadeia produtiva da castanha. "Não há dúvida de que toda a cadeia produtiva sai fortalecida", disse Nilton Cosson, da Seaprof.

O recurso terá impacto direto na atividade de 1,6 mil produtores familiares que trabalham com palmito, amendoim,  leite, castanha-do-brasil, farinha de mandioca, madeira e borracha. Esse processo tem gerado mais de 100 empregos diretos nas cooperativas e associações e um faturamento de cerca de R$ 15 milhões por ano.

No processo de verticalização da produção, é importante trabalhar a agregação de valor aos produtos, e essa é a lógica que o Governo do Acre vem adotando para consolidação das cadeias produtivas nas Zonas Especiais de Desenvolvimento (ZED).  De 1991 a 1998 foram realizadas 8.575 operações, com um volume de R$ 46 milhões.

Entre 1999 e 2008, o Governo do Estado contribuiu para que 40.679 operações fossem efetivadas, proporcionando um montante de investimentos da ordem de R$ 339 milhões do Pronaf. Desse valor, mais de R$ 123 milhões foram para 32.349 agricultores familiares.  "É um momento histórico para o Banco da Amazônia e o Estado do Acre  porque pela primeira vez  o dinheiro está sendo liberado diretamente para as organizações que atuam junto à produção familiar", afirmou Marivaldo Melo.

Compartilhe:

WhatsApp
Facebook
Twitter