Construção da ponte do Juruá anima população Cruzeiro do Sul

Bairros do Miritizal, da Lagoa e o centro da cidade terão grandes transformações

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Já é intenso o ritmo de homens e máquinas trabalhando no bairro da Lagoa, dando início à construção da ponte sobre o rio Juruá, a maior ponte do estado, com 550 metros de extensão. Em toda a cidade, a obra provoca grande expectativa, principalmente nos dois bairros diretamente impactados com a obra, o bairro da Lagoa e o Miritizal.

Nos dois bairros, as expectativas têm semelhanças e diferenças. No Miritizal, ninguém tem dúvida, a ponte vai trazer um enorme benefício. Praticamente todos os benefícios, os empregos, as escolas, as mercadorias estão do outro lado do rio e aponte vai dar acesso direto e integrar o bairro, muito populoso, ao outro lado da cidade.

Uma das maiores líderes do bairro, a comerciante Maria das Graças, conhecida popularmente como Maria Goiaba, destaca as vantagens na área da segurança. "Com a ponte a Polícia vai ter um acesso melhor ao nosso bairro".

O maior investimento público no bairro do Miritizal é a escola estadual Madre Adelgundes Becker, que tem quase mil alunos. Segundo a diretora Neude Bezerra professores e funcionários da escola se submetem a uma rotina difícil por conta do isolamento do bairro. "São anos e anos de batalha. A gente vive atolando na lama quando o rio está cheio. Gastamos horas para chegar até a escola. Além disso, todos pagam um real para ir e mais um para voltar. A ponte vai significar economia para a comunidade que também tem que pagar a catraia".

A moradora Aldenira Barbosa tem expectativa muito boa: "É uma beleza essa ponte sair, porque não é todo dia que tenho um real para ir para o outro lado. Às vezes, quando meus filhos adoecem, não tenho dinheiro para ir para o hospital".

Os desafios

O bairro da Lagoa é um dos que mais apresenta desafios hoje a serem superados no município de Cruzeiro do Sul. Parte do ano vive alagado, com trânsito de canoas, mas no período seco os canais viram ruas transitadas por carros. Por situar-se às margens do rio Juruá muitos dos seus moradores trabalham em atividades relacionadas ao rio como pesca, navegação e reparo de embarcações.

Caso típico é o do mecânico de barcos Francisco José (Zé do Zuca). Ele conta que mora no local há 27 anos. Ali criou os filhos, que também vivem às margens do rio. Vive feliz e tem grande expectativa em relação à ponte.

Também devido ao intenso movimento de ribeirinhos, o bairro da Lagoa tem um comércio varejista que continua pela Avenida Mâncio Lima.  Os comerciantes de um modo geral vêem a ponte como fator que fará valorizar seus negócios.

O diretor local do Deracre, Josinaldo Batista, informa que já chegou a balsa com equipamentos e as ferragens, para começar a fazer as escavações e as fundações. A área delimitada para o início da obra foi liberada e os operários já começaram a trabalhar com as fundações. A empresa construtora da ponte ergueu um tapume para a segurança da população.

Josinaldo alerta para que a população respeite o local delimitado para as obras, para a segurança de todos. Segundo ele, na beira do rio vão ser colocados tubulões. "A gente pede que nesta área não haja movimento de barcos, nem de pessoas, nem de veículos", disse.

Sobre as pessoas que estão sofrendo o impacto da obra no bairro da Lagoa, Josinaldo explica que o Governo do Estado providenciou a construção de um escritório de intervenção onde há uma equipe cuidando do relacionamento com todos os moradores. "Quem tiver alguma reivindicação pode fazer. Estamos resolvendo caso a caso".

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