Comunidades Indígenas debatem educação escolar

Propostas serão apresentadas durante etapa nacional do encontro

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Delegados devem eleger compromissos compartilhados para orientar a ação institucional visando o desenvolvimento da Educação Escolar Indígena (Fotos: Angela Peres/Secom)

Lideranças indígenas, professores e representantes de instituições governamentais e de indigienistas estão reunidos em Plácido de Castro para participar da etapa regional da primeira Conferência Nacional, com o tema "Educação Escolar Indígena: Gestão Territorial e Afirmação Cultural". No período de 23 a 27 deste mês, estão sendo realizados debates e reflexões sobre as diretrizes da educação indígena nas comunidades do Acre e do sul do Amazonas.

Uma das questões em pauta refere-se ao decreto presidencial assinado em maio deste ano que define a Educação Escolar Indígena em Territórios Etnoeducacionais. A proposta inicial do Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, é de que o Acre incorpore mais oito etnias do Amazonas em seu território etnoeducacional.

Para facilitar a dinâmica do debate, as exposições estão sendo norteadas por eixos temáticos como educação escolar, territorialidade e autonomia dos povos indígenas, práticas pedagógicas indígenas, políticas, gestão e financiamento da educação escolar, e participação e controle social.

De acordo com a coordenadora da Educação Escolar Indígena da Secretaria de Estado de Educação, Socorro Oliveira, a conferência permite o aprofundamento do diálogo sobre as questões relacionadas ao tema nas comunidades indígenas. Segundo ela, várias ações estão em andamento para garantir o acesso a um processo educacional diferenciado e de qualidade que atenda as demandas das comunidades indígenas. “O Governo tem investido na qualificação dos professores indígenas, construção de escolas e também com a produção de materiais.”

Um dos líderes indígenas do povo Ashaninka, Isaac Pianko, destacou a importância da conferência como um momento de reflexão sobre a trajetória da educação escolar indígena, além de fomentar a discussão relacionada aos conhecimentos tradicionais e culturais. “A ideia não é criar uma nova estrutura, e sim reestruturar os entendimentos sobre o tema.” Pianko salientou ainda que o povo Ashaninka reconhece a educação escolar, mas que integra os conhecimentos ao sistema próprio de ideologias. “A escola é fundamental para a interação com o mundo externo, através da leitura e escrita, que auxiliam na formulação de documentos.”

As proposições levantadas durante o encontro serão levadas à apreciação durante a Conferência Nacional, momento em que, a partir das reflexões e discussões das etapas locais e regionais, os delegados elegerão um conjunto de compromissos compartilhados para orientar a ação institucional visando o desenvolvimento da Educação Escolar Indígena.

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