Investindo no poder da arte também no cuidado da saúde, o Núcleo de Atenção à Saúde Indígena do Sistema Assistencial à Saúde da Mulher e da Criança (SASMC) da Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre), com apoio da Secretaria de Obras Públicas (Seop), promoveu na última semana uma intervenção em grafite na recepção do Hospital da Criança e em uma sala de parto na Maternidade Bárbara Heliodora, em Rio Branco.
Agora, as duas unidades – referência para o atendimento especializado de gestantes, puérperas e crianças -, que já priorizam o atendimento humanizado, oferecem novos ambientes, lúdicos e acolhedores, aos seus usuários, integrantes dos povos indígenas.
“Não há quem não se surpreenda com a sala [de parto]. As mulheres em trabalho de parto e seus acompanhantes demonstram alegria”, conta Carina Hechenberger, gerente de Assistência das unidades.
Bruna Félix, técnica com foco em Saúde Indígena do Núcleo de Populações Prioritárias e Vulneráveis da Sesacre, explica que a proposta é que todas as unidades de saúde do Estado contem com essa ambientação, para garantir melhor acolhimento aos pacientes, nesse caso, crianças e pessoas gestantes.
“A ideia é melhorar esse acolhimento, tirando aquela ideia do quadrado branco, do ambiente vazio e frio, que às vezes o hospital pode representar, ainda mais pra população que vem, muitas vezes, da aldeia”, destaca Bruna.
Ítalo Lopes, titular da Seop, ressalta: “A arte do grafite se soma à comodidade das crianças e gestantes que vão utilizar esse espaço. Para isso, a união entre as pastas vem valorizando e oferecendo qualidade e dignidade aos cidadãos”.
Um marco na atenção à saúde das populações indígenas
Os grafites produzidos nas unidades fazem parte das ações de melhoria em saúde destinadas às populações indígenas, que envolvem a adequação da ambiência de acordo com as especificidades culturais, procedimento previsto na portaria Nº 2.663, de 11 de Outubro de 2017, que instituiu nacionalmente o Incentivo para a Atenção Especializada aos Povos Indígenas – IAE-PI.
O objetivo do IAE-PI é fomentar a qualificação do cuidado aos povos indígenas que acessam serviços de saúde de média ou alta complexidade na rede SUS, garantindo a complementariedade da atenção.
As terras indígenas (TIs) do Estado do Acre fazem parte do Sistema Estadual de Áreas Naturais Protegidas e, nos últimos 30 anos, já foram reconhecidas 34 TIs, destinadas a 14 povos, que correspondem a 2.390.112 hectares equivalente a 14,55 % da área do Estado e, com uma população estimada em 18 mil indígenas.