O governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), realizou nesta terça-feira, 27, em Cruzeiro do Sul, uma capacitação sobre Manejo Clínico das Síndromes Febris, concretizando mais uma ação essencial, que é qualificar servidores, promovendo a elevação da qualidade dos serviços ofertados ao usuário do Sistema Único de Saúde (SUS) no Vale do Juruá, sobretudo neste período de elevação do nível dos mananciais que cortam a região.
A iniciativa abordou as formas de transmissão, o diagnóstico preciso e o tratamento oportuno de doenças que apresentam sintomas como a febre e que estão em circulação na região, como é o caso da dengue e as febres mayaro e oporouche, além da leptospirose, uma doença causada pela bactéria leptospira e comumente transmitida pela urina de ratos para humanos e animais.
Diani Carvalho, coordenadora regional de Saúde do Juruá, Tarauacá e Envira, enfatiza que a atualização é uma maneira de antecipar o planejamento da Sesacre frente ao cenário epidemiológico no período pós-enchente. “Estamos atuando com base no que virá após a vazante dos rios, pois é quando surgem, sobretudo, casos de dengue e leptospirose. Estamos municiando os nossos profissionais para melhor prestar assistência aos nossos usuários”, ratifica.
“O tratamento precoce da leptospirose, doença que se torna epidêmica durante os períodos chuvosos e com alto poder de letalidade, é uma iniciativa que garante a saúde integral do paciente acometido pela enfermidade. O protocolo do Ministério da Saúde preconiza que, mesmo diante de casos suspeitos da doença, o paciente deve iniciar o tratamento de forma imediata”, completa, após o transbordo do Rio Tarauacá, do Rio Juruá em Marechal Thaumaturgo e Porto Walter, e da previsão de cheia do manancial em Cruzeiro do Sul e Rodrigues Alves.
Uma troca de experiências e ampliação de saberes
Localizada às margens do Rio Juruá, e com população predominantemente rural, Rodrigues Alves se prepara para viver os transtornos oriundos das cheias. Uma das medidas essenciais para salvaguardar a vida dos seus mais de 10 mil habitantes é ampliar saberes dos profissionais que se dedicam à promoção de qualidade de vida. “As orientações da médica infectologista foram direcionadas ao atendimento à população, que abrange a Atenção Primária e a Média e Alta Complexidade. Sairemos daqui com melhores condições de agir diante do surgimento dos agravos”, pontua Vicmar Carvalho, gerente-geral da Unidade Mista do município.
O momento propiciou uma troca de experiências entre os profissionais ativos na rede estadual de Saúde na região e também enriqueceu os saberes de quem aguarda ansiosamente o momento de contribuir com o setor. “Tudo que hoje aprendi agrega e é de extrema importância, pois se tratam de doenças com sintomas muito parecidos. Tirei fotos e peguei o folheto para compartilhar com os colegas da minha turma de faculdade”, afirma Damares Inácio da Silva, que é estudante do último período do curso de Enfermagem.