Reconhecido por sua vocação agrícola, Acrelândia está entre os munícipios que mais produzem no estado. No que depender do apoio do governo do Acre, a zona rural seguirá prosperando. Nesta quarta-feira, 13, o governador em exercício, Major Rocha, e o prefeito da cidade, Olavo Rezende, lideraram reunião para debater a implantação de uma agroindústria de banana e ainda trataram das demais potencialidades da região.
O encontro contou com a presença de agricultores, representantes de sindicatos e associações de produtores rurais, do Banco da Amazônia, do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), da Federação das Indústrias do Estado do Acre (Fieac), empresários, entre outras autoridades locais.
Conhecedor da realidade agrícola de Acrelândia, Rocha lembrou que o governo aposta alto no sucesso do agronegócio. Para o gestor, impulsionar o setor produtivo é fundamental para que o estado alcance o verdadeiro desenvolvimento socioeconômico.
Major Rocha enfatizou que está empenhado na busca por novos investimentos na região. Sobre a produção de banana, o governador em exercício citou que Acrelândia figura como um dos maiores exportadores da fruta, mas ainda não conta com uma agroindústria para o processamento de seus inúmeros subprodutos. Além de agregar valor à bananicultura, a instalação de uma agroindústria contribuirá também na geração de novos empregos para o município.
“Desde os primeiros dias de governo, temos procurado alternativas para fortalecer a economia do estado e o agronegócio é uma delas. Acrelândia é um dos municípios que mais exportam sua produção para estados como Rondônia, Mato Grosso e Amazonas. O que queremos é dar um passo a mais. Hoje, plantamos a semente da industrialização e acreditamos que ela vai frutificar. Esperamos, dentro de pouco tempo, completar esse ciclo de processamento da cadeia produtiva da banana e contribuir para a geração de muitas oportunidades para a população de Acrelândia”, pontuou.
O novo prefeito de Acrelândia está empolgado com a capacidade produtiva do município. De acordo com Olavinho Boiadeiro, como é popularmente conhecido, a burocracia não será empecilho para a vinda de futuros empreendimentos para a região. O gestor disse que não medirá esforços para atrair investidores que contribuam com o progresso da cidade de 15,5 mil habitantes.
“Precisamos agregar valor a tudo aquilo que é produzido na nossa terra. O nosso objetivo é atrair indústrias que queiram aproveitar a nossa matéria-prima. Vamos encaminhar projeto de lei para a Câmara de Vereadores propondo a isenção de impostos para novas indústrias durante alguns anos”, explicou.
Já a secretária de Empreendedorismo e Turismo, Eliane Sinhasique, disse que o Acre é um lugar repleto de oportunidades, sobretudo na zona rural. A gestora defendeu a introdução da cultura da prosperidade como importante fator para a transformação da realidade financeira vivenciada pela maioria da população.
“Primeiramente, temos que vencer a cultura não empreendedora que existe no nosso estado. Precisamos compreender que temos pessoas capazes de empreender em seu próprio município e que apenas necessitam de uma orientação para que possam enxergar as oportunidades que estão ao seu redor”, frisou.
Para o presidente da Fieac, José Adriano Ribeiro, o município apresenta uma série de fatores que colabora para o seu desenvolvimento industrial. “Sabemos que Acrelândia é um polo de produção, mas que precisa deixar de ser aquela produção colonizável e tornar-se industrializável. Para que isso ocorra, precisamos ter as condições colocadas dentro da matéria-prima em escala industrial e ampliar o leque de opções para que tenhamos um ambiente de negócios seguro para atrair empresários”, argumentou.
Produtores rurais estão entusiasmados com possibilidade de implantação de agroindústria
Maria Luíza de Almeida não só escutou atentamente, como também fez questão de filmar toda a reunião com o seu celular. Além de agricultora, ela é presidente da Associação das Mulheres Produtoras do Porto Luiz. O registro em vídeo será compartilhado com as demais associadas, assim como a esperança por dias melhores.
A associação já trabalha com produtos derivados da banana de maneira artesanal, como é o caso da farinha e da rapadura. Com a possibilidade de instalação de uma agroindústria, Luíza já pensa nos benefícios futuros. Com a produção potencializada em larga escala, será possível romper os limites de Acrelândia, alcançar novos mercados e aumentar a renda familiar.
“Estamos lutando há muito tempo com essa cadeia produtiva da banana e precisamos apenas de um incentivo. O meu sonho é que esse projeto da agroindústria possa sair para nos ajudar. Nós, da associação, estamos prontos para trabalhar”, comentou.
Outro que está animado com a possibilidade de processamento industrial da fruta é o presidente da Associação dos Produtores Rurais do Ramal Campo Novo, Gerci de Souza. Ele diz que, muito em breve, o Acre contará com a primeira fábrica de embalagens para banana da região Norte. Construída com apoio do governo do Estado, a unidade produzirá caixas de papelão em conformidade com os padrões de armazenamento exigidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
“A nossa expectativa com essa casa de embalagem é muito grande. Hoje, vendemos nossa banana em caixotes, muitas vezes sem peso. Já com a padronização, nosso produto sairá daqui pesado dentro dessas caixas e isso agregará muito valor”, observou.