Cerca de 20 mil pacientes estão vinculados à oficina ortopédica no Acre

Oficina produz dezenas de próteses e órteses mensalmente (Foto: Angela Peres/Secom)

Só quem já teve a necessidade de utilizar um meio auxiliar de locomoção sabe bem a importância de uma oficina ortopédica a serviço da população.

No Acre, o órgão existe há quase 40 anos em Rio Branco e atualmente tem cerca de 20 mil pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) vinculados ao sistema.

Com uma equipe de 35 colaboradores, a oficina conta com profissionais na área de ortopedia, fisioterapia e terapia ocupacional. Embora a instituição tenha passado por dificuldades com a aquisição de insumos, a situação tende a ser regularizada este ano.

Mais de 30 profissionais compõem a equipe da oficina (Foto: Angela Peres/Secom)

De acordo com o gerente-administrativo Leyf Barros, já existe processo licitatório em andamento para a compra de material.

“Cada prótese colocada em um paciente equivale, no mínimo, a R$ 15 mil. Então, o material para essa confecção é um tipo específico mais caro e com o qual tivemos mais dificuldade, e precisamos fazer pregão eletrônico para que alguma empresa se habilitasse. Acreditamos que nos próximos meses teremos material suficiente para atender a população dentro da normalidade”, explica.

Segundo informações repassadas pela gerência-geral, mais de 300 atendimentos são realizados mensalmente. A oficina disponibiliza serviços para todo o estado na área de órteses e próteses, palmilhas e andadores, muletas, entrega e manutenção de cadeiras de rodas.

Via de mão dupla

Davi trabalha na oficina há 29 anos (Foto: Angela Peres/Secom)

Se uma prótese pode fazer tamanha diferença na vida de quem precisa, segundo Sebastião Davi de Miranda, produzir algo que pode beneficiar alguém pode ter um significado maior ainda.

Depois de ter concluído formação na área de educação física e aberto mão de concurso público de carreira militar, Davi descobriu que queria mesmo era se especializar na confecção de próteses. E tem sido assim há 29 anos.

Para ele, apesar das dificuldades que ainda existem na profissão que escolheu, os avanços tecnológicos têm permitido que as pessoas que necessitam desses serviços tenham mais qualidade de vida.

“Às vezes as pessoas chegam tão desacreditadas porque acham que nunca mais vão viver normalmente. E uma prótese muda tudo isso, é visível a melhora nos pacientes. Por isso, não abro mão desse trabalho. Não tem dinheiro que pague ver o sorriso no rosto das pessoas de novo”, frisa.

Há anos João Bosco realiza tratamento na oficina (Foto: Angela Peres/Secom)

O paciente João Bosco Cabral já tem uma história com a oficina. Há 16 anos teve um corte no pé que lhe levou a descobrir o grau avançado de diabetes. Depois de complicações, ele deu início às sessões de fisioterapia e colocou a prótese.

À época, o vendedor de consórcios e financiamentos relata que só pediu uma coisa a Deus: que pudesse continuar a sustentar a família.

E conseguiu. O problema foi uma forma de encarar a vida com novo olhar. Atualmente com 63 anos, João é servidor público municipal e cursa nível superior na Universidade Federal do Acre (Ufac).

“A gente tem que ver os problemas do tamanho que eles são. Não dá pra encarar eles achando que são maiores do que a gente, e tudo vai dando certo”, frisa João Bosco.

Parceria

Peças de bicicletas estão servindo para a reforma de cadeiras (Foto: Angela Peres/Secom)

Em dezembro de 2016, a oficina recebeu a doação de 75 bicicletas por parte da Polícia Civil. A utilização de peças das bicicletas apreendidas já contribuiu com a reforma de dezenas de cadeiras de rodas.

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