O retorno às aulas nos Centros Socioeducativos (CS) acontece com atividades dinamizadas. As adolescentes da unidade feminina Mocinha Magalhães receberam, nesta terça-feira, 7, da equipe pedagógica uma aula inaugural diferente, com estímulos para o ano letivo.
“A gente resolveu fazer uma aula inaugural para que elas se sintam acolhidas como em uma escola normal, a fim de que tenham um futuro, uma perspectiva de vida, tenham vontade de vir para a sala de aula”, assim relata a diretora da Escola Darquinho, Giane Sampaio.
Em 2011, a Escola Darquinho teve o seu funcionamento autorizado pela Secretaria de Estado e Educação. Neste ano, está sendo construído seu Plano Pedagógico Personalizado (PPP) para obter o credenciamento junto ao Conselho Estadual de Educação. Com isso ela passa a ser uma escola regularizada.
No Acre, em média 50 professores atuam no sistema socioeducativo, garantindo escolarização de qualidade a todos os adolescentes. A expectativa para 2012 é, segundo o chefe da Divisão de Meio Fechado, Leonardo Carvalho, de colocar as unidades em pleno funcionamento escolar. “Um dos pilares da socioeducação é a escolarização, então a gente vai focar nisso com a equipe das ações sociopedagógicas e equipe da educação. Uma meta definida é colocar o maior número de adolescentes em atividade escolar”, declarou.
Uma das adolescentes do Centro Socioeducativo Mocinha Magalhães vibra com as conquistas alcançadas. “As professoras da unidade me ajudaram a aprender a ler, porque eu tinha dificuldade até para escrever. Agora eu já sei ler e escrever. Gosto de ler todos os tipos de livros, principalmente os de romance. Meu sonho para quando sair daqui é estudar e ser aeromoça”, disse. A jovem conta que descobriu a paixão pela leitura dentro do CS: “Já li mais de 20 livros!”.
“Quando as meninas chegam a esta casa, a maioria ou tem parado de estudar ou não foi à sala de aula ainda. As que não sabem ler passam a aprender. Temos uma biblioteca itinerante e estamos com um acervo maior de livros. Tivemos algumas doações. Então nesse período noturno, do repouso, a grande maioria fica lendo”, explica a diretora da unidade Mocinha Magalhães, Ronimar Matos, sobre a deficiência acadêmica das adolescentes assim que chegam às medidas socioeducativas.