Centro de Apoio Pedagógico realiza panfletagem em alusão ao Dia Nacional do Braille

O Centro de Apoio Pedagógico (CAP-AC) para atendimento a pessoas com deficiência visual, realizou na manhã desta segunda-feira, 10, uma panfletagem em alusão ao Dia Nacional do Braille, comemorado no dia 8 de abril.

A ação ocorreu no cruzamento da Avenida Ceará com a Rua Omar Sabino, com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância do Sistema Braille na inclusão e autonomia das pessoas com deficiência visual.

Servidores do CAP-AC distribuíram panfletos e aproveitaram a oportunidade para tirar dúvidas e conversar sobre a realidade dos deficientes visuais. Foto: Stalin Melo/SEE

Durante a panfletagem, foram distribuídos materiais informativos sobre o braille e suas aplicações. Os servidores do CAP-AC também aproveitaram a oportunidade para tirar dúvidas e conversar sobre a realidade dos deficientes visuais no dia a dia.

Luiz Braz, deficiente visual, professor brailista, fala da importância em produzir material em braille tanto para os alunos quanto para as instituições e cita como exemplo o Ministério Público na transcrição de documentos em tinta para o braille ou em áudio: “Uma pessoa cega trouxe o braille para o Brasil e a importância disso é muito grande, porque demonstra que as pessoas com deficiência são capazes. Elas têm uma forma de criar, à sua maneira,  de se incluir dentro da realidade das pessoas ditas normais”.

Susi Braga começou como aluna do CAP e há 25 anos trabalha como professora e revisora de material pedagógico em braille. Foto: Stalin Melo/SEE

Apesar da importância do sistema braille para a inclusão de pessoas com deficiência visual, ainda há muitos desafios a serem enfrentados para garantir a sua plena acessibilidade. Muitos documentos e materiais ainda não estão disponíveis em braille, o que limita o acesso dessas pessoas à informação e à cultura.

Susi Braga começou como aluna do CAP e, há 25 anos professora e revisora de material pedagógico, enfatiza que apesar de outros tipos de acesso, é muito importante ter o conhecimento do braille. “É sempre bom exaltar aquele que nos ajuda. O braille é um sistema que tem contribuído muito com a vida do deficiente. A divulgação pode fazer o sistema chegar aos deficientes que ainda não foram alcançados”, pontuou.

Ilka Veloso Rodrigues, coordenadora da Associação das Pessoas com Deficiência Visual do Acre (Adevi). Foto: Stalin Melo/SEE

“Aprendi o braille em 2006, com idade bem avançada, e de lá pra cá venho lidando com ele. Levo o braille para onde vou. Se tenho dificuldade em alguma palavra ou letra recorro ao braille, até porque para usar o celular corremos o risco de assalto”, concluiu Ilka Veloso Rodrigues, coordenadora da Associação das Pessoas com Deficiência Visual do Acre (Adevi).

No mês de fevereiro, o governo do Acre inaugurou a reforma do Centro de Apoio Pedagógico (CAP-AC) para atendimento a pessoas com deficiência visual e do Centro Estadual de Atendimento ao Deficiente Visual (CEADV). O prédio, localizado na Estação Experimental, em frente à Defla, foi totalmente adaptado à acessibilidade e já contabiliza mais de cem alunos atendidos em 2023.

Luiz Braz, deficiente visual, professor brailista. Foto: Stalin Melo/SEE

Sistema Braille

O braille é um sistema de escrita tátil que permite a leitura e escrita por pessoas cegas ou com baixa visão. A data foi escolhida em homenagem a José Álvares de Azevedo, o primeiro professor cego do Brasil, que nasceu em 8 de abril de 1834.

O Sistema Braille foi criado em 1825 pelo francês Louis Braille, que perdeu a visão aos três anos de idade. A partir de sua própria experiência e observação, ele desenvolveu um sistema de escrita baseado em pontos em relevo que pode ser lido com as pontas dos dedos. O sistema braille permitiu a inclusão de pessoas cegas na sociedade, possibilitando a leitura de livros, jornais, correspondências e documentos em geral.

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