Câncer: o que o Acre dispõe para combatê-lo

No momento, mais de cinco mil pacientes estão em tratamento (Foto: Angela Peres/Secom)
No momento, mais de cinco mil pacientes estão em tratamento (Foto: Angela Peres/Secom)

A data 8 de abril foi escolhida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para ser lembrada como o Dia de Combate ao Câncer. O problema, que ainda é um desafio para a saúde pública no cenário global, acomete crianças, jovens e adultos.

O Hospital do Câncer, em Rio Branco, cadastrado no Ministério da Saúde como Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon), no momento possui mais de cinco mil pacientes em tratamento.

Só em 2015 a unidade realizou 10.317 consultas ambulatoriais e registrou 679 novos casos de patologias. No mesmo ano, 2.959 pacientes foram submetidos ao tratamento de quimioterapia e 2.920, ao de radioterapia.

O especialista afirma que atualmente as terapias são mais modernas (Foto: Angela Peres/Secom)
O especialista afirma que atualmente as terapias são mais modernas (Foto: Angela Peres/Secom)

Para o radio-oncologista Miguel Guizzardi, a modernidade dos procedimentos terapêuticos foi um ganho para o tratamento dos diagnosticados, principalmente no que se refere à redução dos efeitos colaterais.

O especialista explica, ainda, que além dos fatores de risco mais comuns à incidência da doença, como tabagismo e alcoolismo, a população precisa estar atenta à predisposição familiar.

“Não é algo hereditário, mas em geral as pessoas que já tiveram casos de câncer na família devem estar em alerta constante”, afirma.

De acordo com levantamento feito pela unidade, inaugurada em 2007 no estado, o número de casos mais expressivo nos homens é de câncer de próstata e pulmão. Nas mulheres, o de mama e colo uterino.

“É importante que as pessoas tenham consciência da necessidade de procurar rotineiramente os serviços de saúde e manter os exames em dia. Na infância, mais de 85% dos casos são reversíveis; na fase adulta a chance de cura é de 50%, considerando o tempo do diagnóstico, se for dado na fase inicial ou avançada”, completa Guizzardi.

O tratamento

O público-alvo do hospital são os pacientes que têm a confirmação do diagnóstico. Para definir o tratamento adequado, a equipe multidisciplinar é composta por especialistas, enfermeiros, farmacêuticos, assistentes sociais, nutricionistas, psicólogos e fisioterapeutas, além de cirurgiões oncológicos. Antes, a maioria dos pacientes precisava ser encaminhada para fora do estado.

A luta pela vida

Jorge Henrique faz quimioterapia a cada 15 dias (Foto: Angela Peres/Secom)
Jorge Henrique faz quimioterapia a cada 21 dias (Foto: Angela Peres/Secom)

Aos três anos de idade, Jorge Henrique de Oliveira Lima encara a primeira das batalhas que terá na vida: a quimioterapia a cada 21 dias. Com um histórico de tumor renal há mais de um ano, o pequeno Jorge fez a retirada de um dos rins. De repente veio a surpresa nada agradável de que o tumor aparecera também na coluna e no pulmão.

Era o início da luta de uma jovem mulher, que dedica o tempo e a vida ao tratamento de Jorge. Sua melhor companheira de todas as horas, a mãe, Nívea Aparecida de Oliveira. “A luta não é nada fácil, mas é preciso muita força, coragem e determinação. Eu encontro tudo isso no sorriso do meu filho”, comenta.

Morador do quilômetro 76 da BR-364, sentido Boca do Acre (AM), Antônio Rodrigues, 57 anos, também foi surpreendido com o diagnóstico de uma biópsia – o câncer de estômago.

Em tratamento desde janeiro deste ano, ele fala de seu desejo pela cura: “Eu não sentia dores e, por isso, não procurava médico. Depois de um inchaço estranho, resolvi ver o que era, e a coisa já era séria. Mas tenho muita fé que vou conseguir sair dessa”.

No depoimento, uma lição: “O conselho que dou é que as pessoas não tomem remédio por conta e procurem se cuidar mais, que dediquem mais tempo à saúde”.

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Avanços da oncologia no estado

Os serviços na área da oncologia melhoraram desde a implantação do hospital no estado, e as notícias são ainda mais animadoras. Com mais de R$ 1,2 milhão liberado por convênio no fim de 2015, novas licitações de equipamentos e ampliações estão sendo contratadas.

Antônio Rodrigues fala de sua expectativa em vencer a doença (Foto: Angela Peres/Secom)
Antônio Rodrigues fala da expectativa de vencer a doença (Foto: Angela Peres/Secom)

“Monitores multiparâmetros já foram adquiridos para melhorar o atendimento de emergência. Este ano a gente conseguirá executar 100% do recurso”, conta a diretora-geral da unidade, Mirza Mesquita.

Os pacientes em estágio avançado da doença – que não tiveram sucesso com as terapias – são acompanhados por uma equipe de assistência e cuidados paliativos em casa. “Antes, tínhamos apenas um médico e um enfermeiro. Hoje, há uma equipe de sete profissionais de áreas específicas”, completa Mirza.

 

 

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