Caminhões-pipa reforçam abastecimento de água em Rio Branco

O Governo do Acre, por meio do Departamento Estadual de Água e Saneamento (Depasa), iniciou nesta quinta-feira, 30, ação emergencial para abastecer localidades onde o sistema ainda apresenta problemas de distribuição.

Durante todo o dia, sete caminhões-pipa percorreram as ruas de Rio Branco para levar água às famílias do conjunto Rui Lino III, bairro Panorama, Ramal São João e Cidade do Povo. Unidades do Instituto de Administração Penitenciária (Iapen) também foram abastecidas.

“ É uma ação do governador Gladson Cameli, que nos dá apoio necessário para realizar a operação. O objetivo é garantir o abastecimento para que as famílias possam manter os cuidados necessários durante a pandemia de Covid-19. Estamos analisando o abastecimento de todas as regiões para ver onde tem e onde não tem água e, com os pipas, levando água às regiões que precisam”, explica o diretor-presidente do Depasa, engenheiro Tião Fonseca.

O mapeamento dos locais onde ainda há necessidade de reforçar o abastecimento é feito com base nas informações do setor de distribuição e monitoramento das equipes da Central Fale com o Presidente.

Ação emergencial busca garantir abastecimento de água durante pandemia Foto: Assessoria Depasa

Atualmente, o sistema de captação, tratamento e distribuição da água da Rio Branco conta com duas estações de tratamento (ETAs 1 e 2), 11 reservatórios e uma uma rede distribuidora que alcança mais de 90% dos domicílios. Embora a extensa rede de distribuição, ainda é necessário investir no aumento da capacidade das unidades de produção e ampliar a rede adutora para garantir que a água chegue aos locais mais altos e distantes.

Desde o início da gestão Gladson Cameli, várias foram as intervenções para garantir o abastecimento. A troca de bombas submersas por flutuantes, por exemplo, garantiu o abastecimento mesmo no período de estiagem. Investimentos em melhorias das estruturas já existentes permitiram ampliar a capacidade as ETA´s ,que hoje produzem 1600 litros/segundo.  A retomada das manutenções preventivas e corretivas, limpeza dos reservatórios e novas ligações domiciliares também incluem as iniciativas para garantir o abastecimento de água na capital.

A origem do problema

Implantado há mais de 40 anos, o sistema de água de Rio Branco passou por avaliação durante a revisão do Plano Diretor de Água e Esgoto elaborado há 20 anos.

Até o ano 2000, o que havia no Acre era um sistema de abastecimento de água deficitário, que funcionava com duas estações: a de captação Judia e a de tratamento de água, ETA I.

Àquela época, foi realizado um estudo com o objetivo de fazer melhorias operacionais e projetar as redes, reservatórios e elevatórias. A partir desse estudo, então, foi construído o Plano Diretor de Água e Esgoto 2000/2020, com recomendações de investimentos em melhoria e ampliação.

Uma nova estação, a ETA 2 foi construída. Mas nem todas as ações previstas foram executadas e a estação Judia foi desativada. O plano deveria ter sido revisto em 2010, o que também não ocorreu.

Umas das primeiras medidas da gestão Gladson Cameli foi a análise da situação atual do sistema de abastecimento de água e esgotamento sanitário da capital e interior para elaboração de um novo plano de propostas com vistas a melhorias e ampliação do sistema.

Governo trabalha para garantir recursos necessários para melhorias e ampliação do sistema Foto Assessoria Depasa.

O novo estudo avaliou o plano diretor vigente, analisou o crescimento da cidade, verificando o que foi feito e o que ainda precisa ser feito para garantir o abastecimento de água com qualidade.

Os dados mostram que, no momento em que foi elaborado o atual plano diretor, o primeiro distrito de Rio Branco correspondia a 85% do município, e o segundo distrito, 15%. Hoje, a proporção é praticamente 50%.

No primeiro distrito da cidade, o crescimento ocorreu conforme as projeções. Do outro lado da cidade, o crescimento populacional foi além do esperado. O não cumprimento do que recomendava o Plano Diretor para os últimos 20 anos culminou com o sucateamento do sistema, que embora todo o esforço de manutenção, precisa de alto investimento para atender a demanda atual.

“Todos os equipamentos do parque operacional encontram-se no suspiro da vida, sem plano B. Por determinação do governador Gladson Cameli, estamos fazendo um plano emergencial e já nos preparamos  para ir pra Brasília atrás de recursos necessários aos investimentos mais urgentes”, anuncia o presidente do Depasa, engenheiro Tião Fonseca.

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